O autor analisa a importância do mar para Portugal,
à luz do seu posicionamento geoestratégico.
Como país de tradição marítima, Portugal
pode projectar a sua marca distintiva no
panorama internacional servindo de ponte entre
três continentes – Europa, África e América.
O mar português é não só um activo crítico com
vastas potencialidades económicas como também
espaço de cultura, turismo e lazer.
Referindo-se ao Relatório elaborado pela Comissão
Estratégica dos Oceanos, destaca as três
áreas em que o posicionamento estratégico referido
tem maior impacto: Defesa, Economia, e
Relações Internacionais, Diplomacia e Cooperação.
Na área da Defesa salienta o valor estratégico
que o território nacional, continental e
insular, tem para a União Europeia e para a
NATO. No que respeita à Economia recomenda
uma exploração criteriosa dos recursos marinhos
e, por outro lado, que os portos nacionais,
em particular Sines, devem ser um terminal das
ligações transoceânicas, para penetração não só
na Península Ibérica, como ligação ao Norte da
Europa, e à costa ocidental africana. Nas Relações
Internacionais, Diplomacia e Cooperação,
Portugal como membro empenhado da União
Europeia deve utilizar a experiência adquirida
ao longo da sua história ao cruzar-se com outras
culturas. A participação nas Nações Unidas na
negociação da agenda internacional dos oceanos
e do direito do mar, confere-lhe abertura a
“alianças estratégicas e tácticas” com outros
países de vocação marítima, e o estabelecimento
de parcerias público-privadas multilaterais
ou bilaterais