p. 25-32Partindo da etimologia do conceito de exclusão, este
artigo visa reflectir e repensar a nova questão social no(s)
seu(s) sentido(s): a exclusão como proscrição e a exclusão
como excepção. Viajando pela historicidade do conceito,
foi nosso objectivo compreendê-la, percorrer os
seus rostos, no seu fundamento ou origem, para redescobrir
as suas possíveis deslocações semânticas que acompanham
as deslocações percorridas pela humanidade, propondo
a Educação como uma possibilidade de
intervenção. Ser-nos-á possível concluir que à exigência
de uma Educação autêntica deve corresponder uma prática
de transformação e uma cidadania integral. Trata-se
de um apelo a uma reconstrução da identidade pessoal e
social que procura o sentido de si mesma na relação com
o outro, relação que necessita de ser educada, a ponto de
incluir cada “Eu”. Este “Eu” é entendido como o ser-para -
-o-outro que supera o rumor anónimo e insignificativo do
ser – ser para o outro, significando a responsabilidade
ética por ele. Só esta Educação, que respeita a alteridade,
que respeita a excepção permite enfrentar realmente os
desafios actuais da Sociedade do Conhecimento