research

Nas malhas dos poderes e contrapoderes dos técnicos de radiologia nos hospitais públicos portugueses

Abstract

As administrações dedicam-se a um "novo managerialismo" que procura maximizar a eficiência, economia e eficácia e, como subproduto, suplantar a autoridade intermédia introduzindo mudanças de cima para baixo. Os discursos do managerialismo/Nova Gestão Pública (NGP) têm invadido de forma seletiva as linhas de orientação das práticas dos profissionais de saúde. Segundo Carvalho (2006), em Portugal, tais ações managerialistas nos hospitais do sector público, apoiadas numa lógica de gestão racional dos valores e normas do sector privado para promover alterações e/ou reformas estruturais na organização do trabalho, têm procurado efetivar em primeira e em última instância, institucionalizar certas mudanças, ajustamentos, adaptações, regulações e mecanismos de controlo capazes de dinamizar novas orientações culturalistas e comportamentais dos profissionais de saúde. Também a limitação intrínseca da divisão do trabalho condicionada pelo ato médico, concorre com a redução do campo de intervenção dos técnicos de radiologia. Seguindo a perspetiva de Foucault sobre a ideia de governação, enquanto necessidade de associar formas de conhecimento cada vez mais específicas e exigentes, gerando aquilo que se define como a “institucionalização da expertise” (Johnson, 1995:7), os conquistam a desejada autonomia profissional através de uma metodologia, Pratica Baseada na Evidência, que apela à padronização dos procedimentos, relegando para segundo plano a intervenção direta de outros profissionais

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