research

O Impacte das Pedreiras Inactivas na Fauna, Flora e Vegetação da Zona dos Mármores: Problema ou Benefício?

Abstract

Nos concelhos de Vila Viçosa, Borba e Estremoz a indústria extrativa e transformadora do mármore desempenha um importante papel no desenvolvimento económico nesta região conhecida por Zona dos Mármores (ZM). É impossível visitar qualquer dessas localidades sem se reparar na presença das inúmeras pedreiras a céu aberto que marcam a paisagem. Na ZM os indícios de extração do mármore remontam à época romana, mas foi no início do século XX que se implementou e cresceu definitivamente. Como tal, não será difícil imaginar a forte proliferação de pedreiras que ocorreu desde então. Refletindo sobre os prós e contras que uma indústria desta dimensão traz para a região é expectável que, a certa altura, surjam as importantes e atuais questões relacionadas com o ambiente. É um facto que muitas das pedreiras abertas ao longo do tempo se encontram inativas há décadas, não se observando quaisquer tentativas de reabilitação ambiental das áreas ocupadas. Tendo em conta essa realidade, torna-se compreensível questionar acerca dos impactes sobre os habitats naturais e semi-naturais e respetiva biodiversidade existentes nessas áreas. No entanto, até há pouco tempo a informação acerca das comunidades faunísticas e florísticas presentes nesses locais era praticamente inexistente. O presente artigo dá a conhecer algumas das considerações e conclusões de um estudo recente que teve como objetivo avaliar a evolução da recuperação ecológica em várias pedreiras inativas distribuídas pelos concelhos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa. Tal estudo centrou a atenção nas aves (avifauna), na flora e na vegetação, selecionadas como indicadores de resiliência em pedreiras inativas. Revela que as pedreiras inativas e a natureza envolvente formam uma paisagem em mosaico que beneficia e promove a diversidade da avifauna assim como o desenvolvimento de novos biótopos (distintas áreas dentro de um mesmo habitat), contribuindo ainda para uma maior variedade de comunidades vegetais, que podem ir desde a vegetação característica de habitats rochosos até às comunidades dependentes de habitats aquáticos ou higrófilos providenciados por várias dessas pedreiras. De acordo com o autor do estudo, a elevada diversidade paisagística poderá ser potenciada pelo desenvolvimento de projetos que apliquem medidas de reabilitação, gestão e monitorização adequadas

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