research

Efeito hipoglicemiante de um extracto aquoso de Cytisus multiflorus

Abstract

Actualmente o interesse pelas plantas medicinais tem vindo a aumentar pois estas apresentam diversas actividades farmacológicas, entre as quais se inclui o efeito anti-diabético. A flora nativa portuguesa inclui várias plantas às quais se atribuem propriedades hipoglicemiantes, sem que estas tenham, no entanto, sido ainda cientificamente demonstradas. O objectivo deste trabalho foi estudar a possível acção hipoglicemiante de Cytisus Multiflorus, uma planta da flora portuguesa tradicionalmente usada como agente etnofarmacológico no tratamento da diabetes (1). O efeito do extracto aquoso de C. multiflorus foi avaliado em roedores que apresentaram anomalias das curvas de tolerância à glicose oral, seleccionados duma colónia de ratos Wistar. O extracto foi preparado a partir das extremidades florais da planta com água por refluxo durante 10 min. O extracto foi filtrado e seco em evaporador rotativo sob pressão e foi armazenado a 4Cº até posterior administração aos animais. Prepararam-se cinco grupos de cinco fêmeas que foram diariamente administrados, com sonda gástrica, com soro fisiológico (controlo negativo), glicazida (controlo positivo) e três doses diferentes de extracto aquoso da planta (40, 110 e 220mg/Kg), durante 28 dias. As glicemias em jejum e pós-prandiais foram medidas durante o teste. No fim do teste, determinaram-se as insulinemias pós-prandiais e foram avaliados alguns indicadores serológicos e histológicos de toxicidade. Em resposta ao tratamento com o extracto de C. multiflorus, observou-se uma diminuição significativa das glicemias pós-prandeais dependente da dose. O extracto induziu um aumento dependente da dose das insulinemias pós-prandiais. O efeito máximo do extracto de C. multiflorus foi semelhante ao observado em resposta à administração de glicazida. As glicemias em jejum não foram significativamente alteradas. Em conclusão, o extracto aquoso teve um efeito hipoglicemiante, provavelmente devido à estimulação da secreção de insulina, comprovando-se a sua validade como agente etnofarmacológico para o controlo da diabetes tipo 2. Agradecimentos: Este trabalho foi apoiado pelo ICAAM e pelo CNC. Referências: 1. Camejo-Rodrigues J. et al. (2003). J. Ethnopharmacol, 89, 199-209

    Similar works