Artigo crítico sobre uma casa simples, auto-construída. A casa desafia lugares-comuns de alguns temas quentes da arquitectura contemporânea, desde questões de linguagem e de sustentabilidade, à reutilização de técnicas construtivas tradicionais e instrumentos da prática do projecto. Na sua simplicidade, a casa resolve de uma assentada vários dilemas existenciais, sobretudo porque corresponde à materialização transparente dos desejos íntimos do seu dono. O arquitecto recorreu a um saber directo, empírico, para tirar o máximo partido dos recursos disponíveis, das suas competências, dos saberes que o rodeiam. Nesse uso, ou nessa experiência, e perante as dificuldades e frustrações com que se foi confrontando, fez o seu próprio conhecimento progredir e, sobretudo, fez coincidir a forma construída com a razão e a razoabilidade desse saber. O resultado não foi um manifesto, mas uma casa confortável, a cabana dos sonhos de infância