research

Perfis de investimento e resultados técnico-económicos de quatro raças autóctones da Região Alentejo em planos de exploração tipificados

Abstract

Este trabalho tem por objectivo avaliar a viabilidade técnico-económica da produção de quatro raças autóctones da região Alentejo nos contextos da PAC actual e do provável cenário pós 2013. As quatro raças escolhidas são das espécies bovina (Mertolenga), caprina (Serpentina), ovina (Merina Branca) e suína (Alentejana). Numa primeira fase do trabalho foram identificados perfis de investimento directamente associados ao exercício destas actividades pecuárias considerando-se dimensão de efectivos no quadro de produção enquanto actividade autónoma, ou seja, com dimensão técnica e económica de “agricultura a título principal”, utilizando entre uma e duas unidades de trabalho ano. Assim, para a raça Mertolenga o efectivo base é constituído por 150 vacas adultas tendo como principal produto a comercializar o vitelão Mertolengo DOP; a raça Serpentina envolve um efectivo de 300 cabras, com venda de leite e cabritos (Cabrito do Alentejo); a raça Merino Branco com 750 ovelhas e venda de borrego no Natal e Páscoa; a raça Alentejana integra 60 porcas reprodutoras, uma das parições destinada a venda de leitões pós desmame e da outra os animais serão recriados para posterior acabamento em montanheira. O recurso terra não será envolvido no investimento, estabelecendo-se como cenário para efeitos de cálculos económicos que metade da área utilizada respeita a terra própria e a outra metade é explorada na forma de arrendamento. Quanto aos restantes recursos necessários para as respectivas actividades de produção considerou-se que seriam implementados de raiz, permitindo assim quantificar os montantes de investimento e subsequente enquadramento em programas de apoio Proder, com destaque para os apoios ao investimento no âmbito da “Acção 1.1.1. Modernização e Capacitação das Empresas”. Na componente proveitos são incluídos os apoios específicos para as raças autóctones objecto deste trabalho, assim como ajudas em que os respectivos planos de exploração se possam enquadrar. Os resultados técnico-económicos a determinar para cada actividade serão derivados do orçamento anual em ciclo produtivo estabilizado e do orçamento plurianual para um horizonte temporal de 10 anos; (i) com base no orçamento anual: custo base e custo total de produção, custo unitário do produto principal, valor acrescentado bruto, rendimento bruto e rendimento líquido de exploração, rendimento empresarial, lucro e taxa de rendibilidade global dos factores (ii) com base no orçamento plurianual: valor líquido actual, período de recuperação, taxa interna de rendibilidade e rácio benefícios/custos. Concluir-se-á com alguns indicadores de comparação entre raças estudadas, como por exemplo o investimento e diversos resultados económicos por hectare e por fêmea reprodutora, assim como a importância dos apoios financeiros no âmbito da PAC para a sustentabilidade económica destas raças autóctones

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