Este texto discute as relações entre o problema da inserção social dos
imigrantes extra-comunitários e o acesso a programas de formação profissional.
Pressupõe-se que a formação profissional pode constituir via privilegiada de
acesso ao mercado de trabalho e à qualidade do emprego e que a frequência de
acções de formação não se esgota na mais valia decorrente do acréscimo de
competências técnicas e profissionais, constituindo também importante veículo
para o desenvolvimento de competências gerais de aprendizagem e
adaptabilidade. Privilegiando as comunidades africanas imigradas em Portugal,
aquelas cujo processo de integração se tem revelado mais persistentemente
difícil, escrutina-se e problematiza-se a presença de imigrantes africanos nos
contextos pedagógicos do sistema institucional de formação profissional,
discutem-se as modalidades de oferta formação e as relações entre tal sistema
institucional e os contextos socioculturais das comunidades africanas