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Quantificação de cargas poluentes afluentes a um rio temporário de características mediterrânicas no sul de Portugal: caso estudo da bacia do rio Pardiela

Abstract

Os sistemas aquáticos temporários são frequentes na região Mediterrânica assim como em regiões semi-aridas. São definidos como sistemas que durante um determinado período do ano não apresentam caudal superficial. Relativamente à estrutura e ao funcionamento destes sistemas, é obvio que tanto as comunidades terrestres como as aquáticas estão sujeitas a condições hidrológicas extremas, onde as características abióticas interagem em diferentes escalas. Compreender e prever as complexas interacções entre a hidrologia, os processos ecológicos e a biodiversidade, constitui a base para uma gestão sustentável em todo o mundo. Nos rios temporários as enxurradas depois do período seco produzem uma ressuspensão e transporte dos poluentes acumulados durante a estação seca. Estas condições particulares requerem práticas adaptadas à realidade (ex. agricultura, industria) para promover uma melhoria da qualidade integral dos ecossistemas. Torna-se pois urgente perceber o efeito destes eventos extremos através da quantificação das cargas afluentes às linhas de água. Com este objectivo, durante os últimos 6 anos, tem sido estudada uma bacia de características temporárias mediterrânicas situada no sul de Portugal; a bacia do Pardiela (Rio Guadiana). Têm-se pretendido estudar a integração de diferentes componentes do sistema (i.e. clima, morfologia e hidrologia) por forma a propor estratégias de conservação e reabilitação que auxiliem os parceiros aplicados (entidades com responsabilidade na gestão) através do fornecimento de ferramentas para uma gestão sustentável. Os resultados apresentados incluem a quantificação de cargas de Nitrogénio, Fósforo e Sólidos Suspensos, afluentes a um troço de terceira ordem no curso principal do rio Pardiela. Apresentam-se e discutem-se as respectivas evoluções anuais, destacando-se as situações de enxurrada que representam uma entrada muito significativa de Fósforo Total e de Sólidos Suspensos no sistema aquático. Conclui-se que nos rios temporários, os sistemas de gestão devem ser planeados à escala da bacia de forma a preservar a dinâmica natural do sistema. Permite-se assim identificar os factores que controlam cada sistema, tais como a hidrológico, as descargas urbanas, a ocupação de solo, as práticas agrícolas e a vegetação ripícola e compreender a sua variabilidade em função do regime hidrológico destes rios

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