Partamos de uma inquietação contemporânea. Porque será que numerosas investigações constatam que os/as alunos/as gostam da escola mas não das aulas? (Machado Pais, 1999). Que dinâmicas relacionais (aluno/a, professor/a, conteúdos curriculares, contexto) o justificam?
Certamente que a forma como os estudantes se envolvem na escola poderá ajudar a explicar estas questões. Mais, são estas mesmas que determinam a actualidade do conceito “students engagement with school”. Tradicionalmente traduzido como envolvimento dos estudantes na escola, tem sido largamente estudado, investigado em diversos países e entendido como possível solução para o baixo desempenho académico, baixa participação na escola e para o abandono escolar, fenómenos ainda característicos de parte significativa da população estudantil portuguesa.
A complexidade e abrangência do conceito determinam a existência de inúmeras definições e conceptualizações do mesmo (Appleton, Christenson, & Furlong, 2008), algo que funciona simultaneamente como uma potencialidade e uma limitação. Neste âmbito evidenciam-se três tipos de modelos explicativos do envolvimento dos estudantes da escola. Um inicial que o relaciona com o abandono escolar (Finn, 1989). Outro que o associa a dimensões motivacionais (Martin, 2007). Finalmente uma linha mais recente que lhe identifica diferentes componentes (cognitiva, comportamental e afectiva) e que o relaciona com os resultados escolares e com o ajustamento psicológico dos estudantes (Appleton, Christenson & Reschly; 2006; Appleton, Christenson, & Furlong, 2008; Lam & Jimerson, 2008)
Este artigo pretende apresentar e discutir diferentes propostas de caracterização e conceptualização do envolvimento dos estudantes na escola, bem como práticas que visam a avaliação e promoção do mesmo