Relação entre o desempenho das organizações e o tempo de mandato (tenure) do Presidente (CEO): um estudo em empresas brasileiras de capital aberto entre 1999 e 2008
Este artigo buscou avaliar o relacionamento entre o tempo de mandato do
Chief Executive Officer (CEO) – normalmente adaptado para a língua
portuguesa como Presidente – e o desempenho de sua organização. Para
tanto se construiu dois grupos de hipóteses testadas por meio de um
estudo empírico em uma amostra de 118 organizações de grande porte que
possuíam ações negociadas no mercado de bolsa da Bolsa de Valores de
São Paulo (BOVESPA) entre 1999 e 2008 (período da análise). Os dados
foram tratados, normalizados e submetidos a uma análise Pearson, que
refutou os dois grupos de hipóteses. Para tentar entender o comportamento
do desempenho, independente das hipóteses, foi realizada uma análise
horizontal em um subgrupo da amostra, composto por organizações que
tiveram apenas um CEO no tempo analisado (41 organizações). Esta última
análise permitiu concluir que (1) o tempo de mandato do CEO não está
relacionado linearmente com o crescimento ou declínio do desempenho da
organização, havendo outras variáveis a considerar, (2) a persistência
estratégica, conformidade estratégica, conformidade de resultados e uma
TMT mais homogênea, não se reflete em melhores ou piores resultados das
organizações, tornando estas características questionáveis como forma de
alcançar uma vantagem competitiva, (3) o comportamento do desempenho
das organizações brasileiras perante o tempo de mandato dos seus CEOs
tendem a uma curva em U-invertido e, (4) mesmo em organizações
familiares, o comportamento do desempenho assume este formato de
curva indicando que seria mais prudente que a sucessão do CEO fosse
realizada no momento que a organização inicia o seu declínio de resultado,
e não na aposentadoria do CEO