research

Mestiçagem, estratégias de casamento e propriedade feminina no arquipélago de São Tomé e Príncipe nos séculos XVI, XVII e XVIII

Abstract

No pequeno arquipélago de São Tomé e Príncipe, situado sobre a linha do Equador, um sector da população mestiça, produto das relações entre portugueses e escravas africanas, ganhará, ainda na 1ª metade do século XVI, relevância económica e reconhecimento político. Mais lento será o reconhecimento social, processo complexo em que a estratégia mestiça, da mesma forma do que a dos “brancos da terra”, passa por uma política de casamentos que se pode caracterizar como de “branqueamento” ou “desafricanização” e de que, neste artigo, são estudados vários casos, relacionando- -os com o estatuto legal de propriedade. A mulher da elite crioula, não deixando de ter um papel social próximo do de outras sociedades europeias e europeizadas do seu tempo, assume um carácter relativamente mais interventivo, sobretudo quando se trata do grupo das mulheres viúvas.ABSTRACT: The role of Creole Women in the São Tomé and Príncipe Islands during the 16th, 17th and 18th Centuries. During the first half of the sixteenth century, a sector of São Tomé and Príncipe’s mixed race population – the product of encounters between Portuguese colonists and african slaves – gained substantial economic and political influence. Their social recognition was, however, a slower and more complex process where the strategies of mestiços often entailed seeking marriages which could be termed as ‘whitening’ or ‘deafricanizing’, several examples of which are analysed in this article. Elite creole women, widowers in particular, assumed a relatively interventive role notwithstanding a continued subaltern position similar to those experienced by women in European or Europeanises societies of that period

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