research

Uma exploração agro-pecuária terceirense (1482-1550)

Abstract

A quinta de S. Pedro foi núcleo nevrálgico da Casa Canto dos provedores das armadas dos Açores. Relativamente ao seu fundador, Pero Anes do Canto, funcionou ela como residência, foi primeira escolha para local de enterro caso aí viesse a falecer e, como afirmava em 1564 António Pires do Canto, constituiu base material de sustentação de toda a Casa do primeiro provedor das armadas, Casa essa que seria composta por “mais de sessenta pessoas”. Constituiu também, e por isso mesmo, cabeça de um dos morgadios instituídos por Pero Anes do Canto, aquele que seria legado à linha do primogénito, tendo permanecido nas mãos de sucessor directo até 1890. A partir deste período, e no fim desta Casa familiar, os bens localizados na área encontraram-se envolvidos no grande litígio então opondo os vários herdeiros da família, ao mesmo tempo que se instalava alguma controvérsia na definição da mancha territorial aí possuída pelos Canto. Este último informe dava-nos Eduardo Abreu, testamenteiro da última senhora do morgadio e progenitor de um dos herdeiros, quando se referia aos “mais de 200 moios de terra pertencente à caza Canto, mas que o Povo, quer que seja e continue a ser terra inculta, e sem dono!”. Esta herdade, assim referida em 1506, quinta ou quintã, como pelo menos a partir de 1528 começa a ser designada, situava-se entre as Quatro Ribeiras e os Altares. Mais precisamente, localizava-se na zona dos actuais Biscoitos, ilha Terceira, e tomava como referências toponímicas a Fajã do Porto da Cruz e a povoação dos Biscoitos, a Serra Gorda, o Pico do mesmo nome (na sua caldeira), o Pico das Ferrarias, o do Miradouro, a Serra de Agualva e a das Quatro Ribeiras. [...

    Similar works