Presentemente, Portugal preside à CPLP e escolheu para tema central da sua ação a
Língua Portuguesa, o que faz acrescer à retórica tradicional uma atividade substantiva
ao nível das decisões e das ações.
Este é também o ano zero do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que foi usado
na redação deste trabalho, o qual exige decisões a vários níveis para que a aplicação do
acordo no terreno não seja protelada e para que a sua concretização seja fruto de um
planeamento e gestão adequados.
Este trabalho abordará todos os aspetos acima referidos numa perspetiva geolinguística
e geoestratégica para a língua portuguesa, onde a necessidade de uma política de língua
consistente, persistente e sustentável a médio e longo prazo impõe medidas no imediato.A internacionalização da Língua portuguesa deve ser entendida como um processo
fundamentalmente político, conscientemente de afirmação, de concretização e de
diversificação dos usos e funções da língua portuguesa no plano internacional.
Neste enquadramento devemos considerar que a Língua Portuguesa constitui um
instrumento de afirmação estratégica que transcende a estrita dimensão da esfera
linguística; que presentemente a projeção internacional da Língua Portuguesa carece de
uma dinâmica que a coloque num patamar de projeção e de imagem internacional que
seja condicente com o seu número de falantes e com o potencial destes em termos
económicos e de desenvolvimento social e cultural no contexto internacional; uma
política de língua deve, de forma articulada e coerente, congregar esforços de diversos
protagonistas em Portugal e convocar a intervenção multilateral, no quadro da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa