Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2016.Estudo com objetivo de avaliar o grau de adesão à terapia antirretroviral dos adultos jovens com HIV/aids e compreender como os adultos jovens vivenciam o processo de adesão ao tratamento em um serviço de assistência especializada de um município do sul do país. Trata-se de pesquisa de Métodos Mistos, projeto sequencial explanatório. A etapa quantitativa foi um estudo transversal com 52 adultos jovens com HIV/aids, e a etapa qualitativa foi a Teoria Fundamentada nos Dados com 25 participantes (adultos jovens com HIV; enfermeiras, médicos, farmacêutica, assistente social, psicóloga e mães). Os dados quantitativos foram coletados por meio da aplicação do questionário para avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral (CEAT-HIV) e por formulário com dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais, durante entrevista. A análise foi realizada através da estatística descritiva e inferencial, para análise dos fatores relacionados com o grau de adesão à terapia antirretroviral (testes Shapiro-Wilk, Kruskal-Wallis e Qui-Quadrado). Os dados qualitativos foram obtidos a partir de entrevistas em profundidade e analisados mediante o método comparativo constante. A coleta de dados ocorreu de novembro de 2015 a setembro de 2016, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição. Os dados quantitativos apontaram uma baixa/insuficiente adesão dos adultos jovens a terapia antirretroviral. Houve predomínio de homens, solteiros e idade média de 21, 17 ± 2,55 anos. A maioria não estava estudando. Os resultados dos marcadores clínicos foram positivos. Prevaleceu a transmissão do HIV por relação sexual, a orientação heterossexual, o não uso de drogas, uso de álcool e o uso do preservativo nas relações sexuais. Foi constatada associação entre o grau de adesão e as variáveis renda e frequência das consultas médicas. No estudo qualitativo, evidenciou-se a categoria central ?adotando um comportamento de adesão ao tratamento mesmo não aceitando viver com HIV/aids na juventude?, que é sustentada por 4 categorias e 15 subcategorias. A integração entre as categorias evidenciou que a adesão ao tratamento dos adultos jovens com HIV/aids abarca os aspectos atrelados ao enfrentamento do adulto jovem ao viver com HIV/aids e o início do tratamento, aceitação dos adultos jovens com HIV/aids ao tratamento como parte do viver, decisão dos adultos jovens em seguir com o tratamento mesmo não aceitando seu diagnóstico e percepção de condutas, ações e políticas atreladas à gestão do cuidado. Observa-se que a adesão ao tratamento dos adultos jovens com HIV/aids é compreendida como um fenômeno complexo dinâmico, multifatorial e que está em constante mutação. Tal processo envolve aspectos como o medo de adoecer, da morte física e social, da rejeição de pessoas amadas, bem como o medo da discriminação e do estigma. O silêncio do diagnóstico e a não aceitação em viver com HIV/aids faz parte desse processo, mas mesmo diante dessas dificuldades, os adultos jovens decidem seguir com seu tratamento pelo intenso desejo de normalização da saúde, de uma vida longa e de se igualar aos demais jovens que não vivem com HIV/aids.Abstract : This study evaluates the level of adherence to antiretroviral therapy of young adults with HIV/aids and analyzes how young adults experience the accession process to the treatment in a specialized service center of a city in the south of the country. It is Mixed Methods Research, sequential explanatory project. The quantitative stage was a cross-sectional study with 52 young adults with HIV/aids, and the qualitative stage was the Grounded Theory with 25 participants (young adults with HIV, nurses, medical, pharmaceutical, social worker, psychologist and mothers). Quantitative data were collected through the application of a questionnaire to assess adherence to antiretroviral treatment (CEAT-HIV) and by a form to collect sociodemographic, clinical and behavioral data. The analysis was performed using descriptive and inferential statistics. Statistical tests were applied using Shapiro-Wilk test, Kruskal-Wallis and chi-square. Qualitative data were obtained from in-depth interviews and analyzed using the constant comparative method. Data collection occurred from November 2015 to September 2016, after approval by the Ethics Committee of the Institution. Quantitative data showed a low/insufficient adherence of young adults to antiretroviral therapy. There was a predominance of men, singles and an average age of 21, 17 ± 2.55 years. Most were not studying. The results of clinical markers were positive. Prevailed HIV transmission by sexual relationship, heterosexual orientation, not using drugs, use of alcohol and the use of condoms during sexual intercourse. It was found association between the level of adherence and the variable income and frequency of medical appointments. In the qualitative study, it was evident a central category by "adopting a behavior of adherence to treatment even not accepting living with HIV/aids in youth", which is supported by 4 categories and 15 subcategories. The integration between categories evidenced that adherence to treatment of young adults with HIV/aids covers aspects linked to young adult facing the living with HIV/aids and the start of treatment, acceptance of young adults with HIV/aids treatment as part of living, young adult decision to continue with treatment even not accepting their diagnosis and perception of behaviors, actions and policies linked to care management. It is observed that adherence to treatment of young adults with HIV/aids is understood as a dynamic, complex and multifactorial phenomenon which is constantly changing. This process involves aspects such as fear of falling ill, physical and social death, rejection of loved ones and the fear of discrimination and stigma. The silence of the diagnosis and non-acceptance of living with HIV / AIDS is part of this process, but in the face of these difficulties, young adults decide to continue with their treatment by the intense desire of health standards, a long life and match up the other young people who not live with HIV/aids