Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Serviço SocialNo cenário social atual, assistimos a gradativas mudanças na forma de pensar e vivenciar as relações humanas. O presente estudo exploratório de natureza observacional e transversal pretende compreender as perspetivas de diferentes profissionais que, pela sua área de atividade profissional, poderão ter maior probabilidade de estabelecer relacionamentos profissionais com as famílias homoparentais.
Foi estudada uma amostra não probabilística de conveniência constituída por profissionais de três diferentes áreas: a área Psicossocial (179 psicólogos, 70 educadores sociais e 219 assistentes sociais); a área da Educação (82 professores e 55 educadores de infância) e a área da Saúde (16 médicos e 59 enfermeiros). Os participantes deste estudo têm idades compreendidas entre os 20 e 70 anos, sendo 90,1% do sexo feminino. Os participantes responderam eletronicamente à versão portuguesa da Escala de Avaliação das Competências Parentais de Gato e Fontaine (2013), que avalia as opiniões sobre a competência dos futuros pais e o desenvolvimento da criança.
Esta investigação vem apontar a existência de diferenças nas atitudes dos diferentes profissionais relativamente à homoparentalidade, nomeadamente diferenças de atitudes entre assistentes sociais e psicólogos. Da mesma forma, no que concerne à perceção relativamente à estabilidade do casal ou à aptidão parental, existem diferentes perspetivas entre sexo feminino e masculino, sendo que este último tem uma atitude menos favorável relativamente à homoparentalidade. Apenas uma percentagem (32,9%) dos profissionais contactou ao longo do ensino superior com informação científica sobre a temática da homossexualidade e/ou parentalidade homossexual, mas não parecem distinguir-se de forma estatisticamente significativa dos restantes profissionais quanto às suas atitudes em relação à homoparentalidade. Não existem diferenças entre os profissionais que trabalham e os que não trabalham diretamente com processos com crianças.In the current social environment we observe gradual changes in the ways people think and how we experience human relationships.
This is an exploratory study of an observational and transversal nature looking forward to understand the perspectives of several professionals who – given their area of work – are more likely to establish professional relationships with homoparental families.
The studied was based on a non-probabilistic sample of convenience from three different professional areas: the psychosocial area (179 psychologists, 70 social educators and 219 social assistants), the education area (82 teachers and 55 kindergarten workers) as well as the health area (16 doctors and 59 nurses). The age of the participants in this study ranges from 20 to 70 and 90,1% are females. The participants have answered, through electronic means, to a Portuguese version of the Scale of Assessment of Parenting Competences by Gato and Fontaine (2013), which evaluates the opinions on competency of future parents for the child development.
This research points to the presence of differences in the attitude of diverse professionals in what regards same-sex parenting, namely attitude differences between social assistants and psychologists. Similarly, in what regards the perception of stability n the couple or ability for parenting, there are different perspectives between women and men, the latter having a less favourable approach towards same-sex parenting. Only a percentage of professionals (32,9%) has been in touch, during their higher education process, with scientific information on the topic of homosexuality and/or same-sex parenting, but these do not seem be statistically different from the other professionals in what regards their attitude towards homosexuality. There are virtually no differences between the professionals working directly or indirectly with children