Introdução e objectivos - O número de casos com reincidência de infecções póstratamento
endodôntico, resultantes de uma incompleta desinfecção dos canais
radiculares ainda é significativo e requer aperfeiçoamento. A complexidade do sistema
de canais radiculares constitui o principal obstáculo à instrumentação e desinfecção dos
mesmos em toda a sua extensão. A irrigação é um passo chave durante a instrumentação
que possibilita a limpeza e desinfecção dos canais radiculares e através da qual, as
bactérias, toxinas e os seus bio-produtos são eliminados. Este trabalho tem como
objectivo descrever as várias técnicas de irrigação actualmente em uso na prática clínica.
Materiais e métodos – Para elaboração deste trabalho de revisão foi efectuada
uma pesquisa bibliográfica nos motores de busca: PubMed e Science Direct, utilizando
como palavras-chave “endodontic irrigation”, “endodontic irrigants” e “sodium
hypochloride”. Foram incluídos artigos desde 1915 a 2016 e a pesquisa foi realizada nos
meses de Abril a Junho de 2016.
Desenvolvimento - Um irrigante endodôntico deve responder a um conjunto de
requisitos, entre os quais a eficácia na desinfecção total e definitiva dos canais
radiculares, a eliminação da smear layer, deve ser não-antigénico, não tóxico e não
carcinogénico e preservar a função do dente. O irrigante mais utilizado é o hipoclorito de
sódio, mas alternativas têm sido amplamente utilizadas, tais como clorexidina, ácido
etilenodiaminotetra-acético, e irrigantes combinados, tais como uma mistura de
tetraciclina, um ácido e um detergente (MTAD), o Hypoclean® e o QMix®.
Conlusão - Embora o NaOCl seja a solução que mais se aproxime do irrigante
perfeito, a sua toxicidade representa um risco para o paciente e as suas limitações
enquanto desinfectante são factores a considerar. A conjugação do NaOCl com outros
irrigantes, bem como a formulação dos irrigantes compostos, tem vindo a melhorar a
eficiência dos tratamentos endodônticos. No entanto, justifica-se o permanente
investimento científico nesta área para que se reduza para níveis esporádicos os casos de
reinfecção.Introduction and objectives - The number of reincident infections post-treatment
resulting from incomplete disinfection of the root canal is still significant and requires
improvement. The complexity of the root canal system represents a serious obstacle to
the instrumentations and disinfection along the total extension of the canal. The
irrigation is the key step during instrumentaion that allows the cleaning and disinfection
of the root canal, through which bactéria, toxins, biopoducts and tissue debris are
eliminated. The aim of this work is to describe the variety of irrigation techniques in
endodontics currently used in the clinical practice.
Materials and methods - In order to elaborate this review, a bibliografic research
was made using the motors PubMed and Science Direct and “endodontic irrigation”,
“endodontic irrigants” and “sodium hypochloride” were applied as keywords. This
review includes scientific articles from 1915 to 2016 and the research lasted from Abril
to June 2016.
Development - An endodontic irrigant is cleaning solution able to disinfect
totally and definetily the root canal, eliminate the smear layer without inducing an
antigenic response, nor being toxic or carcinogenic and preserve the teeth function. The
most widely used irrigant is sodium hypochlorite, but other compounds have also been
largely used, such as chlorhexidine, ethylenediaminetetraacetic acid, and combined
irrigants, such as the mixture of tetracycline, an acid and a detergent (MTAD),
Hypoclean® and QMix®.
Conclusion - Although NaOCl is the closest to the perfect irrigant, its toxicity
remains a clear risk to the patient e its limitations as disinfectant agent can not be
neglected. The combination of NaOCL with other solutions, as well as new
formulations, have improved the efficiency of the endodontic treatment. Nevertheless, it
is necessary to keep investing in this field so that the cases of reinfection are reduced to
sporadic cases