Pelo mar escuro e ondeante da dúvida: a questão indígena no 'Sermão de Santo Antonio aos peixes'

Abstract

No célebre sermão dito de "Santo António aos peixes"- pregado noMaranhão a 13 de junho de 1654 - Antonio Vieira tece o elogio dosilêncio. A mudez é, de fato, o tema dominante de uma fa la em que sereafirma o poder enredante do texto-tecido discursivo, da trama lógicoverbale da substância vocal que atrai e prende os seus leitores/ouvintes:eles são os peixes e o autor (e agente) do discurso é, sem o confessar demodo claro, o pescador, tornando-se logo, evangelicamente, "pescadorde homens". Ele é, finalm ente, aquele que confia no poder sedutor nãotanto da Voz, quanto sobretudo do Silêncio, entremeado e implícitonela e em que parece ecoar a mudez indígena, tomada como modelo deuma sa ntidade que só na abolição da palavra pode ser virtualmentealcançada

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