Nas culturas multimediáticas típicas da contemporaneidade, a propagação global e
extremamente intensa de informação, em particular via digital e em rede, parece estar a
potenciar o nascimento de uma geração de infoadictos. A multiplicação de (novos) meios
multiplataforma e a correspondente multiplicação de utilizadores-participantes (Silverstone,
2006) e dos seus conteúdos/mensagens traduz-se na emergência de um novo paradigma
sociocomunicacional de grande complexidade. Novas competências interpretativas, críticas e
comunicativas são requeridas na sociedade da informação, na sociedade do “tempo-espaço
comprimido” (Harvey, 1990), e essas competências são, em rigor, competências de literacia
mediática.
Esta comunicação – versão abreviada de um dos capítulos de Literacia Mediática e
Cidadania, investigação em curso no âmbito do Programa de Doutoramento em Sociologia
do ISCTE-IUL, com apoio da FCT – reflecte, por um lado, sobre a centralidade da literacia
mediática nas sociedades contemporâneas [evidenciada, de forma mais ou menos explícita,
desde a Declaração de Grünwald sobre a Educação para os Media (1982)], e, por outro,
sobre a pesquisa empírica que tem sido desenvolvida neste domínio de investigação científica
(na verdade, ainda manifestamente insuficiente), colocando a tónica numa muito adequada
distinção entre avaliação de práticas e avaliação de competências de literacia mediática,
reflexão que obriga à identificação rigorosa dos principais estudos e investigadores, tanto a
nível nacional como internacional