Literatura e jornalismo são dois modos de narração paralelos – e, por vezes,
convergentes –, cuja coincidência fundamental assenta na utilização da palavra
como utensílio de trabalho e da frase como veículo de pensamento. Estas construções
narrativas – que estabelecem níveis de significação, veiculam mitos e
arquétipos, constroem personagens e imagens, expressam acções e sentimentos
– diferenciam-se pela intenção do discurso e convergem num mesmo ponto,
o leitor, sempre com um mesmo propósito: comunicar.
Tanto num caso como no outro, a realidade expressa por palavras pressupõe
manipulação, pressupõe a produção e difusão de uma versão de uma
determinada realidade