research

Violência, escola e território: intervenção educativa em contextos urbanos complexos

Abstract

Na presente comunicação apresentamos parte dos resultados de um estudo de caso desenvolvido pelos autores no âmbito do Observatório de Segurança Escolar (OSE). A investigação a que nos propusemos resulta do desenvolvimento e aprofundamento de estudos que a equipa do OSE tem vindo a realizar nos últimos 6 anos (Sebastião, Campos, Alves e Merlini: 2010; Sebastião, Campos e Merlini: 2011) e justifica-se pela necessidade de análises contextualizadas da problemática de violência na escola, no sentido de contribuir para futuras estratégias e mecanismos de intervenção e prevenção sobre esta forma de violência. Tendo como ponto de partida os dados estatísticos nacionais sobre os incidentes de violência nas escolas1, procurámos compreender como os traços identificados a nível nacional se traduzem e são reconfigurados territorialmente. Em particular, saber porque é que escolas situadas em territórios com condições sociais idênticas apresentam níveis de violência e abordagens de regulação diferenciadas. Partindo de uma abordagem meso analítica do fenómeno de violência na escola, que engloba as perspetivas organizacional (Burns e Flam: 2000; Mouzelis: 2000; Torres e Palhares: 2010; Lima: 2001) e ecológica (Fuchs: 2008; Machado: 2008; Carvalho, 2010; Leal: 2010), o estudo privilegiou uma estratégia metodológica intensiva e desenvolveu-se em três territórios do Concelho de Sintra. Nesta apresentação o foco analítico incide sobre as estratégias e mecanismos acionados pelas escolas nos processos de regulação (prevenção e intervenção) das ocorrências de violência na escola, considerando a diversidade de condições contextuais e organizacionais. Ou seja, analisamos o modo como as escolas respondem aos incidentes e procuram pacificar os seus quotidianos e as condições em que o fazem. Tendo em conta as possibilidades de ação encontradas, identificámos um conjunto de fatores significativos nos processos de regulação da violência, entre os quais destacamos: as lideranças e práticas organizacionais; as orientações para a intervenção e a importância da priorização da violência e os instrumentos para intervir, como a constituição de gabinetes de mediação de conflitos. Face às condições para agir, verificámos que as escolas demonstram ter margem para adequar, planear e implementar estratégias de resposta, adotando modalidades de resolução da conflitualidade/violência, diversificadas, independentemente desta ter origem, ou não, em condições externas à escola.Abstract: In this communication we present partial findings from a case study developed by the authors within the School Safety Observatory (OSE). This research followed previous studies developed in the last 6 years (Sebastião, Campos, Alves e Merlini: 2010; Sebastião, Campos e Merlini: 2011) and was justified by the need to analyze school violence in context, and to develop school intervention and prevention strategies and mechanisms. Using national statistics about violence in schools as the starting point, we tried to understand how the national level tendencies were territorially replicated and reconfigured, particularly why schools located in areas with similar social structure presented quite different levels of violence and regulation strategies.Using an analytical meso approach for violence at school problem, with strong organizational (Burns e Flam: 2000; Mouzelis: 2000; Torres e Palhares: 2010; Lima: 2001) and ecological (Fuchs: 2008; Machado: 2008; Carvalho, 2010; Leal: 2010) perspectives, the study adopted an intensive methodological strategy to analyze three Sintra borough territories’. In this text we've discussed school strategies and mechanisms, particularly their regulatory processes (prevention and intervention), taking into account, the diversity of organizational and contextual conditions and its capacity and conditions to respond and pacify their environments. Taking into account the possibilities for action found, a number of significant factors in the violence regulation processes were identified, among which we highlight: leadership and organizational practices, intervention guidelines and the importance of violence prioritization, the instruments for intervene, or the establishment of conflicts mediation cabinets. Given the conditions to act, we found that schools have margin to adjust, plan and implement diversified response strategies, adopting conflict resolution methods, independently if come from outside school, or not

    Similar works