CEGeT - Centro de Estudos de Geografia do Trabalho
Doi
Abstract
Partindo-se da premissa de que a crescente expansão do agronegócio sucroalcooleiro após a década de 1970 provocou uma série de impactos socioambientais no espaço agrário brasileiro, a perspectiva de uma expansão ainda maior pela atual conjuntura nacional e internacional aponta para um proporcional intensificação desses impactos. Assim, na medida em que o agronegócio canavieiro se expande pelo país, ocorreria um aumento proporcional da concentração fundiária, das disputas territoriais com a produção agroalimentária, além da superexploração da força de trabalho empregada nos canaviais. Portanto, o governo brasileiro engendrou em 2009 o Zoneamento Agroecológico da Canade- Açúcar, cujo objetivo seria ordenar a produção canavieira no território brasileiro, de modo a se converter em um instrumento capaz de demonstrar a opinião pública nacional e internacional a pretensa sustentabilidade do agronegócio sucroalcooleiro nacional. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é analisar o zoneamento implementado pelo governo federal sob a ótica da lógica de localização geográfica do agronegócio sucroalcooleiro, orientada pelo auferimento da renda da terra, demonstrando que esta política de ordenamento territorial não conseguirá mitigar os impactos socioambientais inerentes a produção desses agrocombustível sob os moldes do agronegócio