Relações entre o carbono e atributos químicos de latossolos húmicos, Nordeste-Brasil.

Abstract

A ocorrência de Latossolos com horizonte A húmico (Lh) espesso (> 100 cm) é rara no Nordeste do Brasil. Nessa região, tais solos ocorrem comumente em elevadas altitudes, constituindo ambientes diferenciados da região semiárida circundante, sendo intensamente utilizados para a agropecuária. A estabilidade da matéria orgânica do solo (MOS) em Lh ainda é pouco compreendida, assim, testou-se as hipóteses: i) o acúmulo de carbono (C) é favorecido pela menor taxa de decomposição da MOS decorrente da maior altitude; e ii) a associação do C com as formas de ferro (Fe) e alumínio (Al) é um mecanismo importante para a proteção da MOS. Objetivou-se relacionar os atributos químicos com a variação do C em profundidade, e obter subsídios para explicar a preservação do C nestes solos. Foram selecionados cinco perfis de Lh em diferentes condições de clima, vegetação e altitude, e os seus atributos químicos determinados, como pH, Ca+2, Mg+2, Al+3 e K+ trocáveis, H + Al, P disponível, C total, orgânico e lábil. Fe e Al nas formas cristalinas, de baixa cristalinidade e formas associadas à MOS extraídos com ditionito-citrato-bicarbonato de sódio, oxalato ácido de amônio e pirofosfato de sódio, respectivamente. Os Lh apresentam acúmulo de C relativamente alto, independente da altitude, e relacionado à reação ácida, distrofia e elevada saturação por Al. O Fe de baixa cristalinidade apresentou maior correlação (r = 0,61, P<0,05) com as formas de C do que as formas de Al livre (r = 0,46, P<0,05) e amorfo (r = 0,44, P<0,05)

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