As Matas Secas ou Florestas Estacionais Deciduais são pouco estudadas e conhecidas no Brasil. Neste estudo, objetivou-se estabelecer as relações entre os solos, a geologia, o relevo e a vegetação em uma área representativa das florestas estacionais em Minas Gerais: o Parque Estadual da Mata Seca (PEMS), situado no município de Manga, norte do estado. A seguinte relação solo-paisagem foi observada na área: os Latossolos Amarelos e Vermelho-Amarelos Distróficos, de textura média, sob vegetação de carrasco, ocupam as áreas de relevo plano relacionadas a coberturas terciárias originadas do retrabalhamento dos arenitos do Grupo Urucuia. Há uma faixa transicional entre esses domínios e aqueles exclusivamente relacionados às rochas pelítico-carbonáticas do Grupo Bambuí. A existência de eutrofismo associado à textura média em Latossolos Vermelho-Amarelos, Vermelhos, Chernossolos e Cambissolos (latossólicos), bem como a vegetação de Caatinga Arbórea Densa (de médio porte), são evidências do caráter transicional. As paisagens sob domínio das rochas pelítico-carbonáticas em que se desenvolve a Floresta Estacional Decidual Densa de alto porte (Mata Seca) são de maior extensão e complexidade na área. As seguintes subordens taxonômicas foram observadas nesse domínio fisiográfico: Cambissolos Háplicos, Latossolos Vermelhos e Vermelhos-Amarelos, Chernossolos Háplicos e Argilúvicos, Vertissolos Háplicos, Plintossolos Pétricos, Gleissolos Háplicos e Melânicos. Finalmente, nos depósitos quaternários do Rio São Francisco, em relevo plano e sob Floresta Estacional Semi-Decidual, foram identificados Cambissolos Flúvicos e Neossolos Flúvicos em condições de boa drenagem, enquanto os Gleissolos Háplicos relacionam-se a áreas sujeitas à inundação