Diversas espécies de mosca-brancas, pertencentes a diferentes gêneros são mencionadas como pragas da fruticultura

HAJI, F. N. P.

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Frutas: Perspectivas e Manejo Integrado Sustentável da Mosca-BrancaFrancisca Nernaura Pedrosa Haji INas últimas décadas, com o aparecimento da mosca-branca biótipo B deBemisia tabaci, identificado posteriormente Bemisia argentifolii Perring & Bellows,1994, a agricultura mundial tanto irrigada quanto dependente de chuvas, tem enfrentadoproblemas de grande magnitude, alcançando em casos de surtos, proporçõesdevastadoras e redução na produtividade em cultivos alimentícios e têxteis,principalmente naqueles em que a praga é vetora de vírus (Brown & Bird, 1992;Brown, 1993; Dardon, 1993; Villas Boas et al., 1997). A distribuição ou mudança de"status" desta praga, está estritamente relacionada à expansão do monocultivo damaioria das espécies cultivadas, as condições dos sistemas agrícolas modernos; aoaumento da utilização de agrotóxicos e notadamente, a grande facilidade de adaptaçãoao' diversos hospedeiros, podendo ser encontrada em áreas tropicais, subtropicais etemperadas (Brown, 1993).Diversas espécies de moscas-brancas, pertencentes a diferentes gêneros sãomencionadas como pragas da fruticultura, atividade agrícola de relevante importânciaeconômica em todo o mundo. As moscas-brancas do gênero Bemisia. colonizam umnúmero muito grande de hospedeiros, compostos principalmente por plantas herbáceasanuais, enquanto que as moscas brancas pertencentes a outros gêneros são praticamentemonófagas e oligófagas e infestam culturas perenes.Dentre as espécies de moscas-brancas constatadas em di versas frutíferas,podem ser citadas as seguintes:Citros iCitrus spp.) - são registradas a ocorrência de Dialeurodes citrifolii,Aleurothrixuejloccosus. Paraleyrodes bondari, Aleurothrixus porteri, Aleurotracheíuscruzi e Paroleyrodes crateraformans e Parabemisia bondari, no Brasil; Aleurocanthustizyphi, na África: Acaudaleyrodes citri na África, Índia e Paquistão; Bemisia tabacie Dialeuurodes citri são cosmopolitas; Parabemisia myricae, em Israel, EstadosUnidos, Japão e Taiwan; B. argentifolii, nos Estados Unidos, América Central, Caribee Brasil; Aleurothrixus floccosus, Dialeurodes sp. e Tetraleurodes sp., na RepúblicaDominicana; Aleurocanthus woglumi e Aleurothrixus howardi, no Oriente e CostaRica. No início da década de 30, Aleurothrixus howardi na Costa Rica, foi controladamediante a importação do parasitóide Eretmocerus serius (DeBac, 1974; Bink-Moenen& Gerling, 1990; Byrne & Bellows, 1991; Brown, 1993; Meio, 1992; Brown et aI.,1995; Hilje, 1996; Lourenção & Nagai, 1996; Cassino & Nascimento, 1999).Coqueiro (Cocos nucifera ) e Cacaueiro (Theobroma cacao) - P. crateraformans eA. cocois, no Brasil (Cassino & Nascimento, 1999; Meio & Bleicher, 1998).Mangueira (Mangifera indica) - A. floccosus e Aleurocanthus woglumi (CAB 1990,1997).Mamoeiro (Carica papaya) - A. woglumi e B. tabaci, no Hawai (CAB, 1990; Brown,1993).Goiabeira tPsidium guajava) - A. cocois, no Brasil; A. howardi, na Costa Rica (Hiljeet aI., 1993; CAB, 1997; Meio & Bleicher, 1998).64Abacateiro (Persea americana) - A. cocois, no Brasil; A. woglumi e A .howardi, naCosta Rica; Aleurothrixus sp., no Panamá; B. argentifolii, nos Estados Unidos (Hiljeet aI., 1993; Zachrison & Poveda, 1992; Summers et al, 1995; MeIo & Bleicher 1998)Gravioleira (Annona muricata) - no Brasil; A. howardi, na Costa Rica (Hilje et aI.,1993; MeIo & Bleicher, 1998).Bananeira (Musa spp.) - A. cocois, na República Dominicana; A. floccosus, naRepública Dominicana (Alvarez et al, 1993; CAB, 1997).Cajueiro (Anacardium ocidentalis) - A. cocois, no Brasil, apresentando como sintomas,a presença de colônias de ninfas envolvidas por secreções brancas pulverulentas naface inferior das folhas, adultos e a ocorrência de fumagina (MeIo & Bleicher, 1998).Macieira (Malus domestica) e Pereira (Pyrus communis) são relatadas comohospedeiras preferenciais de, B. argentifolii (Univ. California, 1993, citado porSummers et aI., 1995).Videira (Viris vinifera) - Tetraleurodes neemani, em Israel; B. tabaci, no Irã;Trialeurodes vittatus, nos Estados Unidos e Chile, causando problemas neste cultivo;T. vaporariorum, na Nova Zelândia; Parabemisia myricae, na Grécia; B. argentifolii,nos Estados Unidos e Brasil. A videira e algumas frutíferas apresentam suscetibilidadea colonização de B. argentifolii sendo consideradas um rico potencial para a injúriadesta praga. A severidade da injúria dependerá de diversos fatores, como o tempo deinfestação E o número de adultos de mosca branca colonizadores. Parreirais queapresentem uma infestação de mosca branca logo no início da safra, provavelmenteos danos permanecerão por mais tempo, quando comparado aos de uma infestaçãotardia, devido ao aumento do número de possíveis gerações do inseto. A proximidadede parreirais ou frutíferas suscetíveis, a culturas altamente preferidas, como melão ealgodão, apresentam um maior risco de infestação da mosca-branca, particularmenteapós a colheita e a incorporação destes hospedeiros, do que aqueles adjacentes acultura não hospedeiras. O sintoma mais freqüentemente observado pelo ataque damosca-branca em videira, até o momento, no Submédio do Vale do São Francisco é apresença de substância açucarada e o desenvolvimento de fumagina nas folhas e frutos,tendo como conseqüência a redução da fotossíntese da planta e alteração na qualidadedos frutos. Nesta região, embora o impacto de B. argentifolii na cultura da uva sejauma evidência, não foram realizados estudos que permitam estimar as perdaseconômicas causadas por esta praga. (Summers et aI., 1995;Winkler et aI., 1974;Gonzalez, 1983; Hartley et aI., 1984; Michalopoulos, 1989; Bink-Moenen & Gerling,1990; Haji et al., 1996). Em outras frutíferas, é mais freqüente a ocorrência de moscas-brancas pertencentes a gêneros diferentes do gênero Bemisia, sem no entanto,ocasionarem danos de importância econômica. Como medida de controle de B.argentifolii na cultura da uva recomenda-se a eliminação de plantas daninhashospedeiras desta praga dentro e na periferia da área cultivada e aplicação de detergentelíquido neutro na dosagem de 0,6% com, inicialmente, intervalo de 5 dias eposteriormente de 7 em 7 dias. Essas medidas de controle tem apresentado um bomresultado. Tais medidas atendem os requisitos demandados pelo mercado externo defrutas frescas isentas de resíduos de agroquímicos e de outros contaminantes, as quaisinfluenciam consideravelmente na preservação do meio ambiente e dos recursosnaturais.65REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALVAREZ, P.; ALFONSECA, L.; ABUD, A.; VILLAR, A.; ROWLAND, R.;MARCANO, E.; BORBÓN, J. c.. GARRIDO, L. Las moscas blancas en elRepublica Dominicana. 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Frutas: perspectivas e manejo integrado sustentável da mosca branca.

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