DALMAGO, G. A.

HELDWEIN, A. B.

MALDANER, I. C.

RIGHI, E. Z.

ROCHA, L. da

TARTAGLIA, F. de L.

Portuguese

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XIX Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 23 a 28 de agosto de 2015 Lavras – MG – Brasil Agrometeorologia no século 21: O desafio do uso sustentável dos biomas brasileiros 1049    Influência do preparo do solo na duração dos subperíodos de desenvolvimento da canola em solos com excesso hídrico1  Francilene de Lima Tartaglia2; Evandro Zanini Righi3;Leidiana da Rocha4;Ivan Carlos Maldaner5; Arno Bernardo Heldwein6, Genei Antônio Dalmago7  1 Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora 2Agrônoma, Mestranda em Agronomia, Depto. de Fitotecnia, UFSM, Santa Maria - RS, Fone: (55) 81201385, e-mail: fran.tartaglia@yahoo.com.br 3Agrônomo, Professor,  Depto. de Fitotecnia, UFSM, Santa Maria - RS, e-mail: evandro.z.righi@ufsm.br 4Aluna de Graduação em Agronomia, UFSM, Santa Maria - RS, e-mail: leidi-r1@hotmail.com 5Agrônomo, Professor, IF de São Vicente do Sul - RS, e-mail: ivan_maldaner@yahoo.com.br 6 Agrônomo, Professor Titular, Depto. de Fitotecnia, UFSM, Santa Maria - RS, e-mail: arnob.heldwein@pq.cnpq.br 7Agrônomo,Doutor, Pesquisador da Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS, e-mail: genei.dalmago@embrapa.br  RESUMO:Objetivou-se com este trabalho avaliar a influência o preparo do solo em áreas com excesso hídrico na duração dos principais subperíodos de des nvolvimento da cultura da canola.Para isso, foi realizado um experimento a campo no Departamento de Fitot cnia da UFSM, no ano de 2014. Utilizou-se delineamento em bloco casualizados em faixas e esquema fatorial 3 x 2, sendo os fatores três cultivares de canola (Hyola 411, Hyola 433 e Hyola 61) e dois sistemas de preparo do solo (com e sem drenagem) com quatro repetições. Cada unidade experimental possuía 2,5 x 5 m, totalizando 12,5 m². Os drenos foram realizados com auxílio de uma retroescavadeira, com profundidade de 60 cmem torno das unidades experimentais cujo tratamento era o drena o. As avaliações fenológicas foram realizadas, anotando-se as datas de ocorrência dos principais estágios fenológicos da cultura, como semeadura (S), emergência (E), formação de roseta (FR), surgimento do botão floral (SBF), início do florescimento (IF), final do florescimento (FF) e colheita (C). Após, calculou-se a duração de cada subperíodo (S-E, E-FR, FR-SBF, SBF-IF, IF-FF, FF-C) pelo método da soma térmica, calculado por STd=(Tmed–Tb).1dia. A soma térmica acumulada (STa, ºC dia) a partir da emergência foi calculada por STa=∑1nSTd, onde n é a duração em dias, do subperíodo de desenvolvimento. Ossistemas de preparo do soloemáreascom excessohídricoinfluenciam a duração de todosossubperíodos de desenvolvimento da conola, com excessão dos subperíodos S-E e E-FR navariedadeHyola 61 e do subperíodo IF-FF para a variedadeHyola 411.  PALAVRAS-CHAVE: Fenologia, soma térmica, encharcamento do solo   Influenceoftillageonthedurationofsubperiodsofcanoladevelopment in soilswithwaterexcess  ABSTRACT :The objective of this work was to evaluate the influence in the soil preparation in areas with excess water of the main developmental subperiods in the canola crop. For this, an experiment was conducted to field in the Crop Science Department, UFSM, in the year 2014. Was used a randomized block scheme factorial in strip 3 x 2, were the factors three canola cultivars (Hyola 411, 433 HyolaHyola and 61) and two tillage systems soil (with and without drainage) with four replications. Each experimental unit had 2.5 x 5 m, totaling 12.5 m². The drains were performed with the aid of a backhoe, with a depth of 60 cm in around the experimental units whose treatment was drained.Phenological assessments were carried out, writing down the dates of occurrence of the main phenological stages of culture, as sowing (S), emergency (E), rosette formation (FR), emergency of the flower bud (SBF), beginning of flowering (IF),end of flowering (FF) and harvest (C). Next, we calculated the duration of each sub-period (S-E, E-FR, FR-ERF, ERF-IF, IF-FF, FF-C) by the method of thermal time, calculated XIX Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 23 a 28 de agosto de 2015 Lavras – MG – Brasil Agrometeorologia no século 21: O desafio do uso sustentável dos biomas brasileiros 1050   by STd=(Tmed–Tb).1day. The accumulatedthermal time (STa, ºC dia) fromtheemergencywascalculatedbySTa=∑1nSTd, where n istheduration in days, ofthedevelopmentsubperiods.The tillage systems in areas withexcesswaterinfluencethedurationofallsub-periodsofconoladevelopment, withtheexceptionofsub-periods S-E and E-FR in thevarietyHyola 61 and IF-FF subperiod for varietyHyola 411.  KEYWORDS : Phenology,thermal time, waterlogged soil   INTRODUÇÃO  Ociclo de desenvolvimentoda cultura da canola possuiduasfasesdistintas, vegetativa e reprodutiva. O períodovegetativo é compostopeloestágio de germinação,emergência e formação de roseta, enquantoque o reprodutivo se divide emelongação do ramo floral, floração, formação de síliquas e maturaçãofisiológica (IriarteeValetti, 2008). A fenologia das culturasagrícolas é influenciadapordife entesfatores, dentreeles a temperatura, o fotoperíodo, a disponibilidadehídrica e nutrição mineral (Taiz eZeiger, 2013) determinam a duração de cadasubperíodo de desenvolvimento. O excessohídricoé um fator de grandeimportânciaquando o cultivo de canola é realizadoemáreasonde o lençolfreático é elevadoou o s lo possuibaixadrenagem natural, pois o excesso de água no solo compromete as trocasgasosas entre o solo e a atmosfera, reduzindo o oxigêniodisponível para as raízes das plantas, causando o acúmulo de íons minerais reduzidos (Jackson eColmer, 2005), desequilíbrio hormonal, senescência precoce de folhas e posterior morte das plantas (Rodríguez-Gamir et al., 2011). Em estudos realizados na China, Zhou e Lin, (1995) concluíram que os estágios de maior sensibilidade da canola são os estágios de plântula, seguido pela fase de botão floral e o de formação das síliquas. Boemet al. (1996), também na China, aferir m que um período de 3 dias sob solo encharcado são suficientes para reduzir a produtividade da canola. No entanto, pouco se sabe sobre a influência do excesso hídrico na duração dos subperíodos de desenvolvimento da canola no Brasil. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a influência no pre aro do solo em áreas com excesso hídrico na duração dos principais subperíodos de desenvolvimento da cultura da canola.   MATERIAL E MÉTODOS  Oexperimentofoirealizado no anoagrícola de 2014 no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), situadanaDepressão Central do Rio Grande do Sul (29° 43’ 23” S; 53º 43’ 15” W; 95 m).  O clima da região é do tipoCfa, subtropical úmido com verõesquentes e semestaçãosecadefinida, de acordo com a classificação de Köppen. O solo da área experimental é classificadocomoArgissoloVermelhodistróficoarênico (Strecket al., 2008). O local do experimento é caracterizado pela presença de lençolfreático superficial, o qualafloradurante o inverno e emperíodoschuvosos.  Opreparo dos drenosfoirealizado com auxílio de umaretroescavadeira, naprofundidade de 60 cm, emtorno de cadaunidade experimental cujotratamentoera o drenado.Foirealizadasemeaduradireta, no dia 09 de junho de 2014, com auxílio de umasemeadora manuale a emergência ocorreu no dia 15/09/2014, comestande de 40 plantasm-².  A adubação de base e de coberturafoifeita de acordo m a análise de solo, seguindo as indicações XIX Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 23 a 28 de agosto de 2015 Lavras – MG – Brasil Agrometeorologia no século 21: O desafio do uso sustentável dos biomas brasileiros 1051   do manual de adubação e calagem para a cultura da cnola (SBCS, 2004). Para o controle das plantas daninhas foram realizadas três capinas manuais e o controle de pragas (Diabroticaspeciosa L) foi realizado por meio da aplicação de inseticida na fase vegetativa.  O delineamento experimental utilizadofoi o de blocosaoacaso com faixas e quatrorepetições, emesquemafatorial 3 x 2, sendoosfatorescultivares de canola (Hyola 433, Hyola 411, Hyola 61) e drenagem do solo (solo drenado e solo semdreno), totalizando 24 unidadesexperimentais. Cadaunidade experimental constava de 2,5 x 5 m, totalizando 12,5 m². A mesmafoicompostapor 5 fileiras de plantas, espaçadasem 50 cm entre fileiras e 6 cm entre plantas e a áreaútil da parcelaforam as 2 fileirascentrais.  As avaliaçõesfenológicasforamrealizadas, anotando-se as datas de ocorrência dos principaisestágiosfenológicos da cultura, comosemeadura (S)emergência (E), formação de roseta (FR),surgimento do botão floral (SBF),início do florescimento (IF), final do florescimento (FF) e colheita (C), seguindo a escaladescritaporIriarte e Val tti (2008). A duração térmica dos subperíodos de desenvolvimento S-E, E-FR, FR-SBF, SBF-IF, IF-FF, FF-C foi calculada pelo método da soma térmica,STd = (Tmed–Tb).1dia quando Tb<Tmed≤Tot e STd=(Tot−Tb).(Tmax−Tmed)/ (Tmax−Tot) quando Tot<Tmed≤Tmax. Tb é a temperatura base da cultura e foi considerada como 5°C, Tot é a temperatura ótima para desenvolvimento da cultura, considerada como 21 °C e Tmax é a temperatura máxima do ar para o desenvolvimento da canola, considerada como 27 ºC. A soma térmica acumulada (STa, ºC dia) foi calculada por STa=∑1nSTd, onde n é a duração em diasdo subperíodo de desenvolvimento. Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando verificado efeito significativo, os mesmos foram submetidos ao teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro, utilizando o programa SISVAR (Ferreira, 2011).   RESULTADOS E DISCUSSÃO   Ossubperíodos de desenvolvimento S-E, E-FR, FR-SBF e IF-FF foraminfluenciadospelofator cultivar. O fatordrenoinfluencioutodas as variáveisestudadas, no entantoainteração de cultivar x drenoinfluenciouapenasossubperíodos da S-E, E-FR e I -FF.  Tabela 1.Resumo da análise de variância para ossubperíodos de desenvolvimento da canola semeadura-emergência (S-E), emergência-formação de roseta (E-FR), formação de rseta-surgimento do botão floral (FR-SBF), surgimento do botão floral-início do florescimento (SBF-IF), início do florescimento-final do florescimento (IF-FF) e final do florescimento-colheita (FF-C) emfunção de diferentescultivares e sistemas de prepararo do solo   QM FV GL S-E (ºC dia) E-FR (ºC dia) FR-SBF (ºC dia) SBF-IF (ºC dia) IF-FF (ºC dia) FF-C (ºC dia) Cultivar (C) 2 629,1** 629,1** 14081,5** 849,1ns 37812,4** 2430,4ns Bloco 3 83,9ns 83,99ns 244,12ns 88,96ns 33,2ns 33,2ns Erro (a) 6 22,6 22,6 255,7 771,5 896,6 896,6 Dreno (D) 1 1130,9** 1130,94** 31158,0** 4605,4** 48698,1** 34769,3** C x D 2 171,2** 171,2** 754,1ns 120,6ns 5284,5* 1579,5ns Erro (b) 9 21,43 21,43 675,4 268,8 1012,2 1012,2 Total 23 - - - - - - CV (%) - 7,07 6,07 5,67 8,95 4,63 5,25 **, * e ns, significativo a 1 e 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente pelo teste F  Ossistemas de preparo do solo influenciaram a duração dos subperíodos de desenvolvimentona canola, reduzindo o subperíodo de formação de roseta-surgimento do botão floral (FR-SBF), XIX Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 23 a 28 de agosto de 2015 Lavras – MG – Brasil Agrometeorologia no século 21: O desafio do uso sustentável dos biomas brasileiros 1052   porémaumentou a duração dos subperíodos de surgimento do botãoforal-início do florescimento (SBF-IF) e final do florescimento-colheita (FF-C) (Tabela 2).  Tabela 2. Duração dos subperíodos de desenvolvimento formação de roseta-surgimento do botão floral (FR-SBF), surgimento do botão floral-início do florescimento (SBF-IF), final do florescimento-colheita (FF-C) da canola em dois sistemas de preparo do solo  FR-SBF (ºC dia) SBF-IF (ºC dia) FF-C (ºC dia) Com Dreno 422,22 a 197,05 a 644,60 a Sem dreno 494,28 b 169,39 b 568,47 b Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro  A variedadeHyola 61 tevemaiorduração do subperíodoformação de roseta-surgimento do botão floral (FR-SBF) emrelação as demaisvariedades. Essefato é devido a Hyola 61 serconsiderada de ciclomédio e a Hyola 433 e 411 serem de ciclocurto (Tabela 1).   Tabela 3. Duração do subperíodo de desenvolvimento formação de roseta-surgimento do botão floral (FR-SBF) para três variedades de canola  FR-SBF (ºC dia) Hyola 61 505,74 a Hyola 411 442,79 b Hyola 433 426,22 b Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro  No subperíodo da semeadura-emergência (S-E) e emergência-formação de roseta (E-FR) o uso de drenonãoalterou a duração do subperíodo para as cultivaresutilizadas. No entanto, quandonão se utilizoudreno, a Hyola 61 tevemenorduração no subperíodo S-E e maiorduração no subperíodo E-FR (Tabela 4).Sendoassim,maiorduração no subperíodo E-FR na cultivar Hyola 61 podeser um problema, poiso estágio de plântula é considerado o de maiorsensibilidade da canola aoexcessohídrico no solo e a principal restriçãofisiológica para a cultura(Zou et al., 2014; Zhou e Lin, 1995). A variedadeHyola 61 tevemaiorduranção do subperíodo de desenvolvimentoinício do florescimento-final do florescimento (IF-FF) tantoem solo drenadoquantoem solosemdrenoquandocomparadaas demaisvariedades. Issopode erexplicadodevidoser de ciclomédio e naturalmentenecessitar de mais tempo para completer cadasubperíodo. A variedadeHyola 61, quandosubmetidaaosdoissistemas de cultivo (com e semdreno), nãoapresentoudiferençasignificativanaduração dos subperíodos S-E e E-FR. Já o subperíodo IF-FF o cultivosemdrenoaumentou a duraçãodessesubperíodo (Tabela 4). Para asvariedadesHyola 411 e Hyola 433, o subperíodo S-E foimaiorsem o uso de dreno. Da E-FR ocorreu o inverso, maiorduraçãoquando as variedadesforamcultivadas com dreno.Já para o subperíodo IF-FF, ossistemas de preparo do solo foramindiferentes para a Hyola 411, no entanto o cultivosemdrenoaumentou a duração do subperíodonavariedadeHyola 433 (Tabela 4).    XIX Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 23 a 28 de agosto de 2015 Lavras – MG – Brasil Agrometeorologia no século 21: O desafio do uso sustentável dos biomas brasileiros 1053   Tabela 4. Duração dos subperíodos de desenvolvimento s meadura-emergência (S-E), emergência-formação de r seta (E-FR), início do florescimento-final do florescimento (IF-FF) para três variedades de canola em dois sistemas de preparo do solo  S-E (ºC dia)  Hyola 61 Hyola 411 Hyola 433 Com Dreno 53,83 aA 63,55 bA 58,56 bA Sem Dreno 57,06 aB 80,79 aA 79,27 aA  E-FR (ºC dia)  Hyola 61 Hyola 411 Hyola 433 Com Dreno 88,00 aA 78,27 aA 83,26 aA Sem Dreno 84,76 aA 61,03 bB 62,55 bB  IF-FF (ºC dia)  Hyola 61 Hyola 411 Hyola 433 Com Dreno 733,62 aA 663,14 aB 655,27 aB Sem Dreno 881,89 bA 706,09 aB 734,32 bB Médias seguidas por letras iguais maiúscula nas linhas e minúsculas iguais nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro   CONCLUSÃO  Ossistemas de preparo do soloemáreas com excessohídric influenciam a duração de todosossubperíodos de desenvolvimento da conola, com excessão dos subperíodos S-E e E-FR navariedadeHyola 61 e do subperíodo IF-FF para a variedadeHyola 411.   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Influência do preparo do solo na duração dos subperíodos de desenvolvimento da canola em solos com excesso hídrico.

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