Com o objetivo de obter subsídios para estabelecer diretrizes de implcmcntação de manejo adequado c racional em agricultura irrigada por pivô central, foi realizada caracterização morfológica, física, química e mineralógica de um solo Argissolo Amarelo localizado em perímetro irrigado do município de Petrolina, Estado de Pcrnambuco, Brasil

ANJOS, J. B. dos

GOMES, T. C. de A.

LOPES, P. R. C.

SILVA, J. A. M. e.

SILVA, M. S. L. da

Portuguese

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COD:CARACTERIZAÇÃO DE UM SOLO SUBMETIDO A IRRIGAÇÃO PORPIVÔ CENTRAL NO SEMI-ÁRIDO DO BRASILMaria Sonia Lopes da Silva \ José Barbosa dos Anjos', Paulo Roberto Coelho Lopes',Tâmara Claúdia de Araújo Comes', José Antonio Moura e SiI\'a2I. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/Semi-Árido2. Bolsista do CNPq3. BR 428, km 152 - Zona Rural C\: Postal 23; CEP 56300-970; Petrolina-PE.4. E-maU: sonia(ã)cl'atsa.emhral'a.hr, Ilroherto(ii)cl'atsa.emhrapa.hr,tamara(alcpatsa.embraJla.hr, jantonio(a!cl'atsa.embJ"aJla.brRESUMOCom o objetivo de obter subsídios para estabelecer diretrizes de implcmcntaçãode manejo adequado c racional em agricultura irrigada por pivô central, foi realizadacaracterização morfológica, física, química e mineralógica de um solo Argissolo Amarelolocalizado em perímetro irrigado do município de Petrolina, Estado de Pcrnambuco,Brasil. Nessas áreas. vem se observando problemas que estão provocando restrições nouso c manejo do solo com perdas na produtividade. Esse solo vem sendo continuamenteexplorado, pois trata-se de um campo de produção de sementes com três cultivos por ano.onde todo o manejo é mecanizado, desde o preparo do solo até a colheita. Essasoperações agrícolas mecanizadas, com o tempo, acarretaram a compacidadc das camadasagricultávcis. provavelmente. por conta do peso que foi imprimido nas camadassuperiores, o que causaria uma restrição na drenagem, má distribuição de raizes, menorabsorção de nutrientes e maior escoamento superficial, favorecendo, conscquentemcntc, aerosão laminar. Os resultados mostraram eluviação-iluviação de argila dos horizontessuperficiais para os subsuperficiais, elevada densidade do solo, baixa porosidade total cbaixa capacidade de infiltração. Do ponto de vista químico. observa-se que o nível defertilidade está 'adequado ao desenvolvimento das espécies cultivadas na área. Destacam-se os valores de pH entre 5,0-6,0 e. baixas concentrações de cálcio e magnésio trocáveisem torno de 2,0 cmol.ikg". Esses valores são baixos, requerendo complcmentação, viafertilização, para a obtenção de produções economicamente viáveis, principalmente, dasespécies Icguminosas. Além disso, o solo apresenta valores de CTC baixos, o que é umacaracterística intrínseca, agravada pelo sistema de manejo, principalmente. da matériaorgânica.PALAVRAS CHAVE:Manejo de solo, cornpactação, características do solo.COD:CARACTERIZAÇÃO DE lJM SOLO SUBMETIDO A IRRIGAÇÃO PORPIVÔ CENTRAL NO SEMI-ÁRIDO DO BI{ASILMaria Sonia LOJlcSda Silva" José Barbosa dos Anjos" Paulo Robcrto Coelho Lopcs',Tâmara Claudia dc Araújo Gomes', José Antonio Moura c Siha2I. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuúria/Semi-Árido2. Bolsista do CNPq3. JJR 428, km 152 - Zona Rural. Cx. Postal 23; CEP 5630()-970; Petrolina-PE.4.E-mail: sonia(ulcpatsa.cmbraJla.br.j ••<lnjos(u!cpats<l.cm "ralla." r,p robcrto(a{cpatsa.cm bralla. b r , tamararalcllatsa.cJll b rapa.b r,jali ton io(ti)cpatsa.cm brapa. b rINTRODUÇÃOA Região Nordeste do Brasil possui uma extensão territorial de 1.660 milhões deKm2, o que representa 20% do território nacional. Aproximadamente, 60% dessa regiãocorrcspondc à zona sem i-árida, abrangendo o tipo climático sem i-árido atenuado (zona doagreste) e o semi-árido acentuado (sertão).Em áreas de produção de sementes básicas (soja, feijão, milho. sorgo, algodão.etc) irrigadas por pivô central. pertencentes ao Serviço de Produção de SementesBásicas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no município dePctrolina. Estado de Pcrnambuco. Brasil, vem se observando problemas de perdas naprodutividade. Nos últimos anos. nessas áreas. há uma altcrnância nos sistemas depreparo de solo. entre sistema convencional (grade aradora) e semeadura direta. Utiliza-sea prática de pousio por um tempo equivalente a um ciclo da cultura. que também éadotada em rotação nos quadrantcs do pivô de irrigação. A eada eiclo da cultura. efetua-se uma roçagcm das ervas e rcstcvas. preparo do solo e adubação. Esse solo vem sendocontinuamente explorado, com três cultivos por ano, onde todo o manejo é mecanizado.desde o preparo do solo. semeadura. tratos culturais e fitossanitários. até a colheita Essasoperações agrícolas mecanizadas. com o tempo. acarretam impedimento das camadasagricultáveis, provavelmente, por conta do peso que foi imprimido nas camadassuperiores, causando restrição na drenagem, má distribuição de raizes. menor absorção denutrientes, maior escoamento superficial e erosão laminar, favorecendoconsequcntcmente, ao decréscimo na produção.Estudos que visem a caracterização dos solos são necessários. pois poderão seconstituir em subsídios para delineamento de pesquisas que objctivam a definição detécnicas de uso e manejo, visando obtenção de rendimentos economicamente viáveis e. aomesmo tempo, ambientalmente sustentáveis.MATERIAL E MÉTODOSo estudo foi conduzido em um solo localizado no Campo de Produção deSementes Básicas da Embrapa, município de Petrolina. zona sem i-árida do Estado dePcrnarnbuco. Brasil.No local selecionado. foi aberta uma trincheira. na qual se procedeu a descriçãomorfológica e coleta de amostras deformadas e indeformadas por horizontes. obedecendoàs normas e critérios adotados por Lemos e Santos (1984).Foram descritas as seguintes características morfológicas: tipo e espessura doshorizontes, cor. textura, estrutura. poros idade, consistência. transição e outras observadasnos perfis (Embrapa. 1988 c 1989). Na caracterização física. química e mincralógica.adotou-se metodologia proposta no Manual Técnico de Análises de Solos (Embrapa.1997).RESULTADOS E DISCUSSÃOo solo foi classificado como Argissolo Amarelo Eutrófico abrúptico plíntico.textura arenosa/argilosa, A moderado, fase pedregosa 111, caatinga hipcrxcrófila, relevoplano. É um solo profundo. com espessura de horizonte variável apresentando scquênciaA, AB, Bt, Btf e C. estrutura em blocos subangulares e consistência duro/muito duro ouextremamente duro, friável/firme a muito fírme, plásticos e pegajosos, nos horizontessu bsupcrficiais.Analisando-se os resultados da caracterização física (Tabela I). observa-secluviação-iluviação de argila, altos valores de densidade do solo. em profundidade.indicando presença de camadas compactadas, provavelmente. devido a característicaspcdogcnéticas e ao uso intensivo de máquinas agrícolas a que essa área está submetida.Do ponto de vista químico, observa-se que o nível de fertilidade está adequado aodesenvolvimento das espécies cultivadas na área (Tabela 2). Destacam-se os valores depH entre 5,0-6,0 e, baixas concentrações de cálcio e magnésio trocávcis oscilando entre1,0-3,5 cmol.rkg'. Esses valores são baixos, requerendo complcmcntação. viafertilização. para a obtenção de produções economicamente viáveis. principalmente. dasespécies leguminosas. Além disso. o solo apresenta valores de CTC baixos. o que é umacaracterística intrínseca, agravada pelo sistema de manejo, principalmente, da matériaorgânica.A composição mineralógica das frações calhaus e cascalhos é predominantementecomposta por quartzo e concreções férricas, perfazendo 90% da amostra do solo.Observa-se a presença de material microcristalino escuro leve. provavelmente óxidos deferro, manganês e material carbonoso. A mineralogia da fração areia. determinada nafração areia fina. <é composta basicamente (98%) de minerais leves. onde o quartzo ("'"97%) constitui O mineral dominante, encontrando-se ainda alguns feldspatos (microclinae plagioclásio) c opacos pretos. Na constituição mineralógica da fração silte. o quartzo é omineral dominante (0.43 e 0.33 nm), seguido do feldspato (0.32 e 0)3 nm), da rnica (1.0 Inm) e da caulinita (O,72nm). Na fração argila total, ocorre caulinita (0.72 e 0.42 nrn).como mineral predominante, rnica (1.15 nrn). c como traços quartzo, fcldspatos, goethitae hernatita, ocorrendo ainda indícios de argilas expansivas. possivelmente esmcctitaformada a partir do intemperismo da mica.Tabela I. Distribuição granulomctrica. relação silte/argila e classe tcxtural do perfil estudado(média de três repetições)l lorizonte Fração Grosseira ComposiçãogranulométricaDensidadedo soloPorosidadeSímbolo Profundidade calh." 1 TFSA:V Areia Sille argila Macro Microcase. -g.kg-I kg.dm'-' • ' .cm -- m .m .ARGISSOLO AMARELO Eutrófico (PAe)A O - 15 () 80 no 726 151 123 1,46 0.35 0.09AIl 15 -:12 o :10 <)70 775 88 1:17 1.-48 0,3'+ ()'()9IlII :12- (,0 o 60 940 619 9:1 288 l,e,(, O.2Ú O. I I1112 60 - 82 10 170 810 506 126 :1(,8 1,78 0.20 0.13Utrl 82 - 130 10 220 770 454 to9 437 1,81 0.15 o.r«1l1l2 110 - I50 70 ISO 780 467 96 437 1.89 O. OS 0.20C/R ISO - 200+ 80 140 no :16:1 217 420 1,9:1 nd ndI 'calh - calhausC1casc - cascalhoJTFSA - terra fina seca ao arTabela 2. Caracterização química (média de três repetições)Complexo Sortivo C. E.l loriz, PlI C}' Mg2' K' Na" Valor S AI~'1001\1"I-t CTC Valor V S+J\13' pI OONa'C (25°C) Tclllolc.kg,1----------- ------------- % gkg,l t1S/mARGISSOLO AMARELO Eutrófico (PAe)A 5.2 1.0 0.5 o.rs 0.02 1.7 0.1 2.5 '+.3 39 5 2 7.1 O. I !J <IAB 5.1 1.2 0.8 0,18 0.02 2.2 0.1 2.3 4.6 48 4 I.!J 0.10 <IBII 5.3 2.0 1.0 0.11 OJl2 :U O. I 2.1 5.3 58 3 1.5 0.12 <IBt2 5.5 2.8 1.8 0,10 0,04 4.7 0,1 L5 6,3 74 IA lU4BlfI 6.0 3.3 2.5 0.13 0.06 6.0 0,1 0.9 7.0 86 2 LI 0.20Blfl 6.0 3.5 2.8 0.13 0.13 6.6 O. I 0,9 7,6 87 1.0 0.22 2C/R 6.5 2.7 2.7 0.12 0.12 7.0 0.1 0.5 7.6 92 1.0 0.22 2CONCLUSÕESNa caracterização fisica do solo foi detectado acréscimo de argila e da densidadedo solo em profundidade, indicando presença de camadas cornpactadas, provavelmente.devido a características pcdogcnóticas e ao uso intensivo de máquinas agrícolas a queessa área está submetidaNa caracterização química, foi constatado baixos valores de cálcio e magnésionecessitando de complementação, via fertilização, para a obtenção de produçõeseconomicamente viáveis, principalmente, das espécies lcguminosas.LITERATURA CITADAEMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análises desolo. 2.ed.rev.atualiz. Rio de Janeiro. 1997. 212p. il. EMBRAPA/CNPS-RJ.Documentos, I).EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Definição enotação de horizontes e camadas do solo. 2.ed.rev. atualiz. Rio de Janeiro. 19XX.S4p. (EMBRAPA/SNLCS. Documento. 3)EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Normas ecritérios para levantamento pedológico. Rio de Janeiro. 19X9. 94p.LEMOS, R.C.: SANTOS, R.D. Manual de descrição e coleta de solo no campo.2.ed.Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1984. 83p.SILVA, M.S.L. da. Caracterização e gênese do adensamento subsuperficial em solosde tabuleiro do semi-árido do Nordeste do Brasil. Porto Alegre UFRGS, 2000.l27p. Tese de Doutorado.

Caracterizacao de um solo submetido a irrigacao por pivo central no Semi-Árido do Brasil.

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/134484/1/9086.pdf

Caracterizacao de um solo submetido a irrigacao por pivo central no Semi-Árido do Brasil.

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