BRAMMER, S. P.

FERNANDES, M. I. B. de M.

PANDOLFI, V.

Portuguese

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EFEITO DE PRÉ-TRATAMENTO DE FRIO NAESPIGA OU NA ANTERA SOBRE A CAPACIDADEANDROGENÉTICA DA CULTIVAR DECEVADA BR-21Pandolfi, V.2; Fernandes, M.I.B. de M.3; Brammer, S.P.4Resumoo pré-tratamento com frio, por aumentar a freqüência depólens vivos e estimular a divisão simétrica dos micrósporos podeotimizar o processo da haplodiploidização. A cultivar de cevada BR2,que se destaca por sua capacidade androgenética, foi avaliadaquanto a resposta a três diferentes tratamentos: aplicação de frio naespiga antes da colocação no meio de cultura, ou nas anteras jáinoculadas; temperatura de 25 graus nos controles e 4 graus nosprimeiros 10 dias. Destacou-se como melhor tratamento, a aplicaçãode frio na espiga, antes da inoculação das anteras tanto na induçãode estruturas androgenéticas como na regeneração de plantasverdes.Palavras-chave: cevada - pré-tratamento - haplodiploidizaçãoIntroduçãoGrande parte do aumento da produtividade da cevada se deve1 Trabalho apresentado no 45º Congresso Nacional de Genética, Gramado,RS - 3 a 6 de outubro de 1999.2 Bióloga, M. Sc. Fitomelhoramento, Bolsista OTI-RHAE/CNPq- EmbrapaTrigo, Rodovia BR 285, Km 174, CEP 99001-970. Passo Fundo, RS. E-mail: valesca@cnpt.embrapa.br3 Bel, H. Natural, Esp. Biologia, Ora. Genética, Pesquisadora Embrapa Trigo,Rodovia BR 285, Km 174 , CEP 99001-970. Passo Fundo, RS.4 Bióloga, M. Sc. Genética Pesquisadora Embrapa Trigo, Rodovia BR 285,Km 174 , CEP 99001-970. Passo Fundo, RS.XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo 183ao melhoramento genético, através do desenvolvimento de cultivaresmais adaptadas às condições climáticas locais, mais resistente amoléstias e mais produtivas. O progresso genético é um desafiopermanente para o melhoramento e a haplodiploidização vem seestabelecendo como um instrumento valioso tanto para a obtençãoda homozigose, acelerando, portanto, o processo da seleção, comopara estudos de genética básica de plantas (Wenzel, 1992). Muitosfatores interagem na obtenção de plantas androgenéticas: ogenótipo, a composição dos meios de cultura e as condições decultivo ín vítro. As condições de desenvolvimento das plantasdoadoras, antes da cultura, também devem ser consideradas, umavez que afetam o estado fisiológico do micrósporo e, portanto, suaresposta in vítro. (Luckett & Oarvey, 1992). Uma das formas paraaumentar a taxa de eficiência de regeneração é a aplicação de umpré-tratamento a baixas temperaturas sobre as anteras ou espigasretiradas das plantas doadoras, antes da inoculação. Esse tipo detratamento aumenta a freqüência de pólens vivos e sincroniza adivisão celular permitindo a formação de células idênticas pelaformação de núcleos idênticos (Heberle-Bors, 1985).Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliaro efeito de três pré-tratamentos de frio, na espiga ou na antera,sobre a capacidade androgenética da cultivar brasileira de cevadaBR-2 (Embrapa Trigo)Material e MétodosA cultivar de cevada BR-2, desenvolvida pela Embrapa Trigo ede alta capacidade androgenética, foi submetida a três tratamentos:T1 (testemunha), sem frio, com anteras incubadas a 25°C, por 4semanas; T2, com anteras incubadas no meio durante 10 dias a 4°Ce, após, 4 semanas a 25°C e T3, com espigas colocadas em placas,com umidade, durante 10 dias a 4°C, antes da incubação dasanteras que permaneceram 4 semanas a 25°C. O meio de culturautilizado foi o FHGA (Or. André Comeau Agriculture Canada, Sainte-184 XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de TrigoFoy, Quebec, comunicação pessoal; TroUier et aI., 1993). Para todosos tratamentos foram utilizadas 40 anteras por placa, com 2repetições e na ausência de luz. As plantas doadoras foramcultivadas em câmaras de crescimento, sob condições controladasde temperatura, luz e umidade, e as amostras retiradas em ummesmo dia. A indução das estruturas embrionárias foi avaliada pelonúmero de anteras responsivas, e a regeneração, através do númerode plantas verdes e albinasResultados e DiscussãoFoi analisada a freqüência de indução das anteras, bem como afreqüência de regeneração das estruturas formadas (Tabela 1).Numa comparação entre os três tratamentos, pôde-se observar queo T2 apresentou a menor freqüência de indução da androgênese, ouseja, 25% das anteras incubadas foram responsivas, enquanto o T1e o T3 apresentaram, respectivamente, 52,5 e 51,2%. Hou et a\.(1993) verificaram que espigas de cevada tratadas por 28 dias à 4°Cresultaram num aumento da porcentagem de formação de plantas.Já, Stival (1995), obteve bons resultados diminuindo o tempo deexposição ao frio para dez dias. O tratamento das anterassubmetidas ao frio logo após a incubação, reduziu a indução àmetade, comparado à testemunha e ao tratamento com 10 dias defrio na espiga, antes da incubação das anteras.Com relação à regeneração de plantas verdes sobre o total deplantas regeneradas, foram obtidas 14 plantas verdes (50%) e 14albinas no T3; no T1, 10 plantas verdes (42%) e 14 albinas (58%);noT2, 2 plantas verdes (25%) e 6 (75%) albinas (Fig. 1).XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo 185Ifj 80--~"'~······~eu.~ 70Ifjg 60c..Ifj 50eIfj 40eu•..sI:eu11)"O"#.PATabela 1. Freqüência média de indução e regeneração daandrogênese da cultivar de cevada BR-2 (EmbrapaTrigo) submetida a três pré- tratamentosIndução RegeneraçãoTratamento AR/AP PVITP PV/AR TP/AR PV/AP TP/AP(%) (%) (%) (%) (%) (%)T1 52,5 41,7 23,8 57,1 12,0 30,0T2 25,0 25,0 10,0 40,0 2,5 10,0T3 51,2 50,0 34,4 68,3 17,5 35,042,9 43,3 25,2 58,2 10,8 25,0AP: Anteras plaqueadas; AR: Anteras responsivas; PV: Plantas verdes; T -1:Anteras na placa + escuro; T-2 : Anteras na placa + 10 dias de frio + 4semanas no escuro; T -3: Espigas 10 dias no frio + anteras na placa + 4semanas no escuro ;TP: Total de Plantas (PV + PA); PA: Planatas albinas.T2 T3TratamentosFigura 1. Resposta da capacidade androgenética da cultivar decevada BR-2 (Embrapa Trigo) a três diferentes tipos depré-tratamentos186 XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de TrigoConclusãoApós analise dos resultados pôde-se observar que as espigascolocadas 10 dias no frio, depois incubadas as anteras no meio esubmetidas a um período de 4 semanas no escuro, foi o melhor pré-tratamento para as melhores respostas tanto na freqüência deindução das anteras, bem como a freqüência de regeneração dasestruturas formadas para a cultivar BR-2.Referências BibliográficasHEBERLE-BORS, E.; ODENBACH, W. In vitro pollenembryogenesis and cytoplasmic male sterility in Triticumaestivum. Z. Pflanzenzucht. v.95 p.14- 22, 1985.HOU, L.; ULLRICH, S.E.; KLEINHOFS, A; STIFF, C.M.Improvement of anther culture methods for doubled haploidproduction in barley breeding. Plant Cell Reports, v.12, p.334-338,1993.LUCKETT, D.J.;DARVEY, N.L. Utilization of microspore culture inwheat and barley improvement. Aust J. Bot., v.40, p. 807- 828,1992.STIVAL, AL. Aspectos fisiológicos, anatômicos e agronômicosda indução e regeneração de duplo-haplóidesandrogenéticos em genótipos brasileiros de cevada(Hordeum vulgare L.). Porto Alegre: UFRGS, 1995. 100p. TeseMestrado.TROTTIER, M.C.; COLLlN, J.; COMEAU, A Comparison of mediafor their aptitude in wheat anther culture. Plant Cell, Tissue andOrgan Culture, v. 35, p.59- 67, 1993.WENZEL,G. Application of unconventional techniques in classicalplant production. In: FOWLER,M.W.; WARREN,G.S. ; MOO-YOUNG, M., ed. Plant Biotechnology: Comprehensivebiotechology. Oxford, Pergamon Press. v.2, p.259- 281.XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo 187

Efeito de pre-tratamento de frio na espiga ou na antera sobre a capacidade androgenética da cultivar de cevada BR-2.

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Efeito de pre-tratamento de frio na espiga ou na antera sobre a capacidade androgenética da cultivar de cevada BR-2.

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