PERUZZO, G.

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Efeito de Nitrogênio Aplicado no Plantio e emCobertura, na Cultivar de Cevada BR 2, em 1998Peruzzo, G.1IntroduçãoA intensificação do sistema plantio direto, no sul do Brasil, criounovas demandas para a pesquisa. Dentre elas está o uso mais racionalda adubação nitrogenada, podendo levar a uma diminuição dos custosda lavoura conduzida sob esse sistema de manejo. A contribuição dosrestos culturais depositados na superfície do solo e sua conseqüentedecomposição poderão reduzir as doses de N atualmente em uso,principalmente após o cultivo de uma leguminosa. Nesse sentido, oestabelecimento da melhor forma de uso de N mineral tem fundamentalimportância, e a determinação de doses de N para a cultura de cevada,quando cultivada em rotação de culturas, no sistema plantio direto, deveser realizada dentro do contexto de disponibilidade de nitrogênio.ObjetivoForam objeto de estudo, neste trabalho, as avaliações dadisponibilidade de nitrogênio do solo e de doses deste nutriente,adicionadas por ocasião do plantio e em cobertura, para a cevadacultivada após soja e após milho.1 Pesquisador da Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS.e-mail: gperuzzo@cnpt.embrapa.br355MetodologiaForam conduzidos dois experimentos (um em resteva de soja eoutro em resteva de milho), no ano de 1998, no mesmo tipo de solo(Passo Fundo, LVEd), com parâmetros químicos e histórico de manejosemelhantes, (sistema plantio direto, mínimo 4 anos), na Área 11daEmbrapa Trigo. Foram estudados fatores combinados em fatorial 4 x 4compostos pelas seguintes doses de N: O, 30, 60 e 90 kg ha', aplicadasna base, por ocasião do plantio de cevada (parcelas); as mesmas dosesforam aplicadas em cobertura (subparcelas), totalizando 16 tratamentoscom 4 repetições. A fonte de N foi uréia. A adubação com P e K foiuniforme em todo o ensaio de acordo com a análise de solo. Os dadosde rendimento de grãos foram avaliados pela análise de variância ecomparados pelo teste de Duncan, ao nível de probabilidade estatísticade 5 %. As sementes foram tratadas com fungicida específico e ocontrole das doenças da parte aérea foi realizado preventivamente, pormeio da aplicação de fungicidas sistêmicos.356ResultadosOs resultados de rendimento de grãos corrigidos (Cevacor)indicaram incremento significativo para o nitrogênio aplicado no plantio eem cobertura, bem como nas suas interações, tanto para a cevadacultivada após soja (Tabela 1) quanto para após milho (Tabela 2). Osrendimentos médios de grãos mostraram resposta crescente ao Naplicado na base até a dose de 60 kg ha'. Na média, os rendimentosobtidos com N em cobertura conferiram resposta até a dose 60 kg ha',para os dois experimentos. Analisando-se os resultados da interaçãoentre o N aplicado no plantio e o N aplicado em cobertura, nos doisexperimentos, notou-se que quando não se aplicou N no plantio a melhorresposta foi obtida com 60 kg ha' de N em cobertura, no experimentoconduzido sobre resteva de soja, enquanto em resteva de milho o melhorrendimento foi conseguido com 90 kg ha' em cobertura. Quando seaplicou 30 kg ha' de N no plantio, a melhor resposta foi conseguida com60 kg ha' de N em cobertura, para o experimento sobre soja. Para oexperimento sobre milho, o melhor retorno em produtividade foiconseguido com 90 kg ha' de N em cobertura. Quando se aplicou 60 kgha' de N, após a cultura de soja, no plantio, não se obteve efeito do Naplicado em cobertura. O mesmo não se verificou com 90 kg ha' de Naplicados no plantio. As doses de 60 kg ha' e 90 kg ha' de N aplicadasno plantio conferiram a melhor resposta com 60 kg na' em cobertura,para o experimento conduzido sobre resteva de milho.Os valores médios de proteínas mostraram incrementossignificativos com o aumento da dose de N em cobertura, tanto para oexperimento após soja (Tabela 3) quanto para o após milho (Tabela 4).Os teores médios de proteínas obtidos nos dois experimentos nãorevelaram diferenças quanto ao nitrogênio aplicado no plantio. Emnenhum momento os valores ultrapassaram os limites tolerados pelaindústria de malte.Não foram observadas diferenças estatísticas com relação aopeso do hectolitro, nos experimentos após soja (Tabela 5) e após milho(Tabela 6), a não ser uma leve tendência de acréscimo com o aumentoda dose de N aplicada tanto no plantio quanto em cobertura. Em relaçãoao peso de mil grãos, observou-se comportamento semelhante aoparâmetro anterior, tanto no experimento após soja (Tabela 7) quanto noapós milho (Tabela 8).A classificação comercial de cevada, nessa safra, indicouacréscimo na qualidade de grãos com o aumento das doses iniciais deN, aplicadas em cobertura, sendo os melhores resultados alcançadoscom 30 kg ha' de N para os dois experimentos (Tabelas 9 e 10), nasdoses O e 30 kg ha' de N aplicadas no plantio. Para as demais doses deN, aplicadas no plantio, verificou-se diminuição na classificação de grãosde cevada com o aumento das doses de N em cobertura. Os resultadosobtidos foram semelhantes nos dois experimentos.357Média 3.464 4.134 B 4.483 A 4.635 ATabela 1. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura norendimento de grãos corrigido (Cevacor) da cultivar de cevada BR2, em 1998, cultivada após soja. Embrapa Trigo, 1999Dose de Dose de N em coberturaN no plantio O 30 60 90 Média---------------------------- kg ha-' -----------------------------O 2.669 bC 3.561 bB 4.361 aA 4.667 aA 3.814 c30 3.296 bC 3.972 abB 4.201 aAB 4.476 aA 3.986 c60 4.417 aA 4.670 aA 4.735 aA 4.622 aA 4.611 a90 3.476 abB 4.332 abA 4.634 aA 4.775 aA 4.304 bMédias seguidas de letras iguais, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha,não diferem estatisticamente entre si (Duncan 5 %).Tabela 2. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura norendimento de grãos corrigido (Cevacor) da cultivar de cevada BR2, em 1998, cultivada após milho. Embrapa Trigo, 1999Dose de Dose de N em coberturaN no plantio O 30 60 90 Média------------------------------ kg ha-' ------------------------------O 2.730 cD 3.370 cC 4.250 cB 4.591 abA 3.735 c30 3.150 bcD 4.044 bC 4.286 bcB 4.931 aA 4.103 b60 3.846 aD 4.531 a90 3.488 abC 4.228 b........... -.- .Média 3.303 C4.585 aB 5.344 aA 4.350 bC4.270 abB 4.715 bA 4.439 bB------_._-_ ....... --_ ...................4.067 B 4.649 A 4.578 AMédias seguidas de letras iguais, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha,não diferem estatisticamente entre si (Duncan 5 %).358Tabela 3. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura no teor deproteínas de grãos da cultivar de cevada BR 2, em 1998, cultivadaapós soja. Embrapa Trigo, 1999Dose de Dose de N em coberturaN no plantio ° 30 60 90 Média°n __ nnn_nnn __ nn_nn kg ha-1 nnn n_nnnn_n __ n9,7 9,6 10,1 10,9 10,19,9 9,7 10,6 11,4 10,49,9 10,4 10,9 11,7 10,79,9 10,0 10,5 10,9 10,49,9 C 9,9 c1b,5s 11,2 A306090MédiaMédias seguidas de letras maiúsculas, iguais na linha, não diferemestatisticamente entre si (Duncan 5 %).Tabela 4. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura no teor deproteínas de grãos da cultivar de cevada BR 2, em 1998, cultivadaapós milho. Embrapa Trigo, 1999Dose de Dose de N em coberturaN no plantio ° 30 60 90 Médiann __ nn __ n n_nn kg ha-1 nnn_n_n_nnnnn° 9,8 9,8 10,3 10,9 10,230 10,1 10,6 10,8 11,1 10,760 10,2 10,6 11,2 11,4 10,790 9,9 10,2 11,1 12,0 10,8... _-----_ .. _--_ _-_ .._---_ _-----_ .. _-----_ .. _----_ - _-_ _----- _-_. __ __ _-----_ __ ._--_ .. ----.- .Média 10,0 C 10,3 C 10,8 B 11,3 AMédias seguidas de letras maiúsculas, iguais na linha, não diferemestatisticamente entre si (Duncan 5 %).359Tabela 5. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura no peso dehectolitro de grãos da cultivar de cevada BR 2, em 1998, cultivadaapós soja. Embrapa Trigo, 1999Dose de Dose de N em coberturaN no plantio O 30 60 90 Média----------------------------- kg ha ------------------------------O 61 61 63 63 6230 61 61 63 62 6360 62 63 63 62 6290 62 63 63 63 62---_ .. _-_ .. _----------------_ ... _-------_._ .... ---- --_._----_ ... _---. .... _-_ .... _--_ .... __ ........ _--Média 62 62 63 62Tabela 6. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura no peso dehectolitro de grãos da cultivar de cevada BR 2, em 1998, cultivadaapós milho. Embrapa Trigo, 1999Dose de Dose de N em coberturaN no plantio O 3.0 60 90 Média---------------------------- kg ha ----------------------------O 61 61 62 61 6130 62 62 63 62 6260 62 62 63 62 6290 62 63 62 63 62....... __ ................................ .. ... -------- ... -------_ ... _-_ .. _-----_ ...... _----_. __ ._----_. __ .---Média 62 62 63 62360Tabela 7. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura no peso demil grãos da cultivar de cevada BR 2, em 1998, cultivada após soja.Embrapa Trigo, 1999Dose deN no plantioDose de N em coberturao 30 60 90 Média_nnn __ nnn_n_n __ n_n kg ha nnnn_n_n_nnnnnn_o30609040 41 41 41 41 b41 42 43 43 42 ab43 43 44 43 43 a44 44 43 43 43 a.. _---_ ...... __ ... __ ......... _--_ .... _----_ ..... ------------_._-------------------_ .._----.- .. ... - ...... __ ............42 B 43 A 43A 43AMédiaMédias seguidas de letras iguais, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha,não diferem estatisticamente entre si (Duncan 5 %).Tabela 8. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura no peso demil grãos da cultivar de cevada BR 2, em 1998, cultivada apósmilho. Embrapa Trigo, 1999Dose de Dose de N em coberturaN no plantio O 30 60 90 Média______ n_n_nn_nn_nn_n kg ha n_nnn_nn __ nnn nO 41 41 42 43 42 b30 42 43 43 43 43 a60 44 43 44 43 44 a90 43 44 43 43 43 a______ ••••••• _._.. • •••• •• •••••• ••• •••••••••••••••••••••••••••••• ••••• __ •••• __ .-O'"Média 42 43 43 43Médias seguidas de letras minúsculas, iguais na coluna, não diferemestatisticamente entre si (Duncan 5 %).361Tabela 9. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura naclassificação comercial de grãos da cultivar de cevada BR 2, em1998, cultivada após soja. Embrapa Trigo, 1999Dose de N Dose de N em Classificaçãono plantio cobertura 1ª 2ª Refugo---------- kg ha' ---------- ------------------------ % -----------------------O O 94,9 4,1 1,030 96,0 3,1 0,960 94,5 4,2 1,330 O 95,1 3,8 1,130 95,9 3,2 0,960 93,4 4,9 1,790 90,7 6,8 2,560 O 95,6 3,5 0,930 94,4 4,1 1,560 92,2 6,0 1,890 91,3 6,3 2,490 O 95,6 3,4 1,030 94,5 4,0 1,560 93,7 5,0 1,390 93,3 5,0 1,7362Tabela 10. Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura naclassificação comercial de grãos da cultivar de cevada BR 2, em1998, cultivada após milho. Embrapa Trigo, 1999Dose de N Dose de Nno plantio em coberturaClassificação1ª 2ª Refugo---------- kg ha' ----------- ------------------------ % ---------------------o o3060O306090O306090O30609095,796,095,494,895,293,792,795,294,793,591,995,395,293,292,43,73,13,44,13,84,65,53,73,95,06,03,73,65,45,90,60,91,21,11,01,71,81,11,41,52,11,01,21,41,7306090363

Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura, na cultivarde cevada BR 2, em 1998.

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Efeito de nitrogênio aplicado no plantio e em cobertura, na cultivarde cevada BR 2, em 1998.

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