Pesquisas sobre práticas de manejo do solo, como forma de gerar informações sobre seu uso correto têm sido um desafio para os estudiosos neste assunto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento inicial de espécies florestais em função de sistemas de preparo do solo

FERREIRA, L. M. M.

JORDAO, S. M. S.

LOZANO, R. M. B.

OLIVEIRA, J. M. F. de

SCHWENGBER, D. R.

SILVA, A. J. da

Portuguese

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  1 Crescimento inicial de espécies florestais em solo sob diferentes preparos(1)  Jane Maria Franco de Oliveira(2); Dalton Roberto Schwengber(3); Sônia Maria Schaefer Jordão(4); Liane Marise Moreira Ferreira(5) Armando José da Silva(6); Ricardo Manuel Bardales Lozano(7)   (1) Trabalho executado com recursos do IACTI-RR/CNPq Nº 001/2012  (2) Pesquisadora; Embrapa Roraima; BR 174 km 8, CEP: 69301-970, Boa Vista, RR; jane.franco@embrapa.br; (3) Pesquisador da Embrapa Roraima; (4) Pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental; (5) Pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental; (6) Professor do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Roraima; (7) Aluno de Pós-Graduação do Programa Bionorte/Universidade Federal de Roraima, RR.  RESUMO: Pesquisas sobre práticas de manejo do solo, como forma de gerar informações sobre seu uso correto têm sido um desafio para os estudiosos neste assunto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento inicial de espécies florestais em função de sistemas de preparo do solo. O plantio das mudas foi realizado em Junho/2014 em área de vegetação secundária, no Campo Experimental Serra da Prata no município de Mucajaí (RR), localizado nas coordenadas geográficas 02º 22’ 36” Norte e 60º 59’ 48,5” Oeste. Os fatores em estudo foram avaliados em delineamento experimental de blocos casualizados, em esquema de parcelas subdivididas, com três repetições. Nas parcelas, com dimensões de 30 m x 10 m (300 m2) foram instaladas as espécies em total de onze e nas subparcelas, com dimensões de 15 m x 10 m (150 m2) foram estudadas as formas de preparo (com e sem subsolagem).  O espaçamento foi de 3 m x 2 m e no plantio foram aplicados 64,4 g e 12 g, respectivamente de P2O5 e K2O por cova. Avaliaram-se a altura e diâmetro (5 cm da superfície do solo) das plantas aos 3 meses após o plantio das mesmas. No sistema de preparo do solo com subsolador, as espécies arbóreas apresentaram maior crescimento em altura e diâmetro, destacando-se o cedro doce com os maiores valores para estas variáveis. . Termos de indexação: subsolagem, compactação, manejo do solo.  INTRODUÇÃO  Análises do desenvolvimento do setor produtivo na região Amazônica, apontam a necessidade de mudança nos padrões vigentes. Nesta perspectiva, a reorientação para o desenvolvimento em bases sustentáveis, pressupõe ações que impulsionem os investimentos em tecnologias inovadoras, que possibilitem qualidade, competitividade e sustentabilidade dos recursos naturais renováveis.  Os resultados esperados apontam para o desenvolvimento e implantação de novas atividades de valor econômico e elevada sustentabilidade ambiental, nos quais a Amazônia tem elementos diferenciadores das demais regiões do país (MIN, 2003). Roraima, à semelhança do que se verifica para a Amazônia, tem experimentado ao longo da história da exploração de seus recursos naturais, expectativas de baixos índices de produtividade econômica e ambiental. No caso da indústria madeireira, ainda que este segmento desempenhe um papel significativo na economia do Estado, a matéria prima é obtida de modo insustentável e sem garantias da oferta do produto de forma contínua (Tonini & Lopes, 2006). O plantio de espécies florestais, mais do que necessário, torna-se imperativo com a instituição do Código Florestal (Lei nº 12651 de 25 de maio de 2012). Dentre os fatores relacionados com a produtividade de uma espécie florestal, a adoção de práticas de manejo do solo tem reconhecida importância. O manejo do solo utilizando a subsolagem tem sido uma prática relevante em plantios florestais. A utilização desta prática, assume maior relevância nas condições em que o solo apresenta valores críticos de resistência à penetração. Nestas condições o resultado esperado é o ganho na produtividade das culturas, pois a compactação na camada superficial do solo impõe limitações ao aproveitamento da água e nutrientes pelas raízes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sobrevivência e o crescimento de 11 espécies florestais plantadas em solo subsolado e não subsolado.   MATERIAL E MÉTODOS  O trabalho foi realizado no Campo Experimental Serra da Prata, município de Mucajaí, RR, com coordenadas de 02º 22’ 36” Norte e 60º 59’ 48,5” Oeste. O clima é do tipo Aw (Köppen) com período seco de 4 meses ano-1 (Barbosa, 1997). A precipitação pluvial anual média registrada para o local do experimento situa-se na faixa de 1.840 a   2 2.090 mm ano-1 (Mourão Júnior et al., 2003). O solo, considerado como Latosssolo Vermelho-Amarelo, apresentou as seguintes características químicas: teor de matéria orgânica de 2,3 dag kg-1; pH de 6,5; Al= 0,0 mmolc dm-3; Ca= 30 mmolc dm-3; Mg= mmolc dm-3; K=0,8 mmolc dm-3 e P= 4,0 mg dm-3. A área experimental é representativa de floresta ombrófila aberta e encontrava-se coberta por vegetação secundária de aproximadamente 10 anos. O preparo da área para o plantio incluiu operações de destoca, enleiramento, gradagem e subsolagem nas parcelas que receberam os tratamentos deste sistema de manejo. O sistema de plantio foi realizado por meio de transplantio de mudas para covas com dimensões de 40 cm x 40 cm x 40 cm. Os tratamentos foram constituídos por onze espécies florestais e dois sistemas de preparo do solo (com subsolagem e sem subsolagem). As espécies florestais foram: abiu da mata (Micropholis venulosa), cedro amargo (Cedrela sp.), freijó (Cordia sp.), itaúba (Mezilaurus itauba), jacareúba (Calophyllum brasiliense), jatobá (Hymenaea courbaril), pau rainha (Centrolobium paraense), roxinho (Peltogyne sp.), seringueira (Hevea sp.), cedro doce (Pachira quinata) e visgueiro (Parkia pendula).  Os fatores em estudo (espécies e preparo do solo) foram avaliados em delineamento experimental de blocos casualizados, em esquema de parcelas subdivididas, com três repetições. Nas parcelas, com dimensões de 30 m x 10 m (300 m2), foram instaladas as espécies e nas subparcelas, com dimensões de 15 m x 10 m (150 m2), foram estudadas as formas de preparo do solo (com e sem subsolagem).  O espaçamento foi de 3 m x 2 m e no plantio foram aplicados 64,4 g e 12 g, respectivamente de P2O5 e K2O, por cova-1. O plantio das mudas foi realizado em junho de 2014 e as avaliações foram realizadas aos três meses após o plantio das mudas. Utilizou-se o software Info-Gen versão 2013, para análise estatística dos resultados, aplicando-se análise de variância pelo procedimento SC tipo III e as médias dos tratamentos foram comparadas por meio do teste Tukey, a 5% de probabilidade, quando o teste F foi significativo.  RESULTADOS E DISCUSSÃO  A análise de variância mostrou que houve efeito dos tratamentos nas variáveis altura de planta e diâmetro (p ˂ 0,05). Observando-se os valores médios para altura de planta (Tabela 1), verifica-se que as espécies cedro doce, jacareúba e seringueira, apresentaram os maiores crescimentos. Quanto ao diâmetro, constatou-se superioridade das espécies cedro doce e cedro amargo e também que as espécies Itaúba e Roxinho foram as que apresentaram menor crescimento (Tabela 1).  No geral, a espécie que apresentou o melhor desempenho, com maior crescimento tanto em altura quanto em diâmetro do colo foi o Cedro Doce, espécie florestal de grande importância na indústria moveleira do estado de Roraima e altamente adaptada aos ecossistemas florestais da Região Norte do Brasil. Os dados de crescimento revelam ainda que as espécies Seringueira, Cedro Amargo, Abiu e Jatobá apresentam um bom desempenho nas condições experimentais que são bastante frequentes nos ecossistemas florestais do estado de Roraima.  Tabela 1. Altura e diâmetro (5 cm do solo) de plantas de 11 espécies florestais obtidos aos três meses após o plantio das mudas em área de floresta secundária de Mucajaí (RR) Espécies Altura de planta (cm) Diâmetro (mm) Abiu 56,6 b 7,3 c Cedro amargo 46,4 c 15,9 b Cedro doce 67,1 a 18,5 a Freijó 36,3 d 6,3 c Itaúba 14,0 f 2,6 d Jacareúba 63,8 a 6,3 c Jatobá 55,4 b 6,8 c Pau rainha 32,8 d 6,5 c Roxinho 23,3 e 3,5 d Seringueira 66,2 a 6,5 c Visgueiro 24,3 e 6,2 c Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.  Avaliando-se o efeito do preparo de solo nas variáveis (Tabela 2), observa-se que as plantas apresentaram maior crescimento no solo subsolado.  Tabela 2. Valores médios de altura e diâmetro do colo de plantas de 11 espécies florestais obtidos aos três meses após o plantio das mudas em solo subsolado e não subsolado Sistemas de Preparo do solo Altura de plantas (cm) Diâmetro (mm) Subsolado 46,4 a 8,2 a Não subsolado 42,1 b 7,5 b Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey  No preparo do solo, via subsolagem, são esperados benefícios aos cultivos agrícolas, principalmente pela ruptura das camadas adensadas ou compactadas do solo que promove a diminuição da densidade, aumento da rugosidade   3 superficial, condutividade hidráulica e taxa de infiltração de água no solo. Estas alterações facilitam a penetração das raízes e a infiltração de água para as camadas mais profundas (Mazurana et al., 2011). Ainda segundo esses autores, o preparo do solo com escarificador, que à semelhança do subsolador tem função de romper camadas compactadas do solo, facilita a disponibilidade hídrica que em períodos de estiagem torna-se crítica para o desenvolvimento das plantas.  Finger et al.(1996) observaram que o crescimento de plantas de Eucalyptus grandis quanto à altura e diâmetro, foi 50% superior em solo subsolado em relação ao tratamento sem subsolagem. Para Reinert et al. (2008), densidade do solo na faixa de 1,75 e 1,85 Mg m-3 promove deformações na morfologia das raízes em profundidade.  CONCLUSÕES O preparo do solo com subsolador resultou em maior crescimento das espécies arbóreas estudadas. O cedro doce foi a espécie que apresentou o maior crescimento.   REFERÊNCIAS  BARBOSA, R.I. Distribuição das chuvas em Roraima. In: BARBOSA, R.I.; FERREIRA, E.J.G.; CASTELLÓN, E.G. (Ed.). Homem, ambiente e ecologia no estado de Roraima. Manaus: INPA, 1997. p. 325-335. 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TONINI, H.; LOPES, C.E.V. Características do setor madeireiro do Estado de Roraima. Boa Vista: Embrapa Roraima, 2006. 25 p. (Embrapa Roraima. Documentos, 8).   4  

Crescimento inicial de espécies florestais em solo sob diferentes preparos.

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