As várzeas do Estuário Amazônico apresentam uma extensão aproximada de 3.000.000 ha, com solos de boa fertilidade natural pela deposição de sedimentos das inundações diárias, ocasionadas pelas marés (Lima e Tourinho, 1994). Nestas várzeas predomina uma floresta com alta biodiversidade florestal, destacando-se a grande ocorrência do açaizeiro e outras espécies de valor econômico como burití, viroJa, andiroba e pau mulato. Historicamente a economia da região de várzea tem sido baseada no extrativismo vegetal (madeira, borracha, palmito e frutos) e animal (pesca). A agricultura praticada pelas populações ribeirinhas é meramente de subsistência, com a derrubada e queima da floresta, cultivo por dois ou três anos e posterior abandono da área, devido principalmente a grande ocorrência de plantas invasoras e redução da fertilidade do solo (Padoch e Pinedo-Vasquez 1999). Este sistema de exploração não tem contribuído para a melhoria do nível de vida do produtor rural, além de causar sérios danos ao meio ambiente, com a redução da fertilidade do solo, perda da biodiversidade e abandono de áreas. Dentro dos sistemas de uso da terra, os sistemas agroflorestais são considerados uma opção viável e sustentável para a recuperação e utilização continua de áreas desmatadas, pois criam um ambiente com características ecológicas próximas do ecossistema original, além da possibilidade de conservar parte da diversidade florestal da região. A conservação de espécies deve ser considerada nas avaliações de sistemas influenciados por ações antrópicas. Nos sistemas agroflorestais é importante avaliar sua capacidade de conservar espécies, e mais precisamente conhecer a capacidade de regeneração das espécies nativas, visando seu aproveitamento dentro destes sistemas. O objetivo deste trabalho foi de avaliar a diversidade e capacidade da regeneração espontânea de espécies arbóreas em colonizar sistemas agroflorestais estabelecidos em áreas utilizadas pela agricultura migratória, visando sua utilização como o componente arbóreo destes sistema