As mudanças climáticas causarão modificações na ocorrência de doenças de plantas, as quais estão entre os principais fatores responsáveis por reduções da produtividade agrícola. Esses impactos podem colocar em risco a sustentabilidade do agronegócio, devido às consequências econômicas, sociais e ambientais. O estudo dessas alterações tem a finalidade de fornecer subsídios para a elaboração de estratégias de adaptação. Muitos métodos estão descritos para avaliar os efeitos do ambiente sobre doenças de plantas, entretanto, o estudo das mudanças climáticas impõe algumas particularidades na utilização desses métodos. Garrett et al. (2006) apresentaram uma revisão sobre diferentes abordagens para o estudo do assunto, considerando diversas escalas de interação patógeno-hospedeiro, desde o microclima até o clima global. Posteriormente, Garrett et al. (2011) elaboraram um esquema para a análise da complexidade dos impactos das mudanças climáticas, baseado em um conjunto de perguntas para um determinado hospedeiro, patógeno, combinação patógeno-hospedeiro e região geográfica. Segundo os autores, na prática, pode ser necessário expandir os modelos com a inclusão de novos componentes, identificar os componentes mais importantes, ou sintetizar tais modelos até o nível ótimo de complexidade para o planejamento e priorização de pesquisa. No presente texto serão discutidas três abordagens para o estudo dos efeitos das mudanças climáticas sobre doenças de plantas: uso de séries históricas, experimentação e modelagem