São muitas as necessidades e as justificativas para o reflorestamento utilizando essências florestais nativas, especialmente com árvores de uso múltiplo em monocultivo ou em sistemas agroflorestais, visando, entre outros, à produção de madeiras nobres. O guanandi, uma espécie nativa, que fornece madeira de boa qualidade e ótimo valor econômico, tem sido muito utilizado neste sentido e, por muitas vezes, cultivado em condições climáticas desfavoráveis e/ou prejudiciais ao desenvolvimento da espécie. Neste trabalho objetivou-se avaliar as conseqüências de diferentes temperaturas na sobrevivência e no crescimento de mudas de guanandi (Calophyllum brasiliense Cambess.). O experimento foi conduzido no laboratório de Fisiologia Vegetal da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS, de março até maio de 2009. Utilizaram-se mudas de guanandi, com seis meses de idade, que foram transplantadas para recipientes plásticos de 500 mL, contendo substrato comercial e solução nutritiva completa. Após aclimatação em temperatura constante de 27ºC, as mudas foram submetidas a três regimes de temperatura: 27/17ºC, 17/10ºC e 10/6ºC, durante 50 dias, em câmara climática do tipo B.O.D., com fotoperíodo de 12 horas. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo que cada repetição foi constituída de cinco plantas. Avaliou-se a sobrevivência das plantas (%), a altura (cm) e o diâmetro do colo (mm), as taxas de fotossíntese (μmol/m²/s) e a condutância estomática (μmol/m²/s). Os melhores resultados, para todas as variáveis mensuradas, foram obtidos para as plantas submetidas à temperatura entre 27/17ºC. Para as plantas submetidas às temperaturas 27/17ºC e 17/10ºC obteve-se 100% de sobrevivência. Pode-se concluir que a temperatura afeta a sobrevivência e o crescimento do guanandi, porque a espécie se mostrou intolerante ao regime de temperatura 10/6ºC, de modo que ao final do experimento houve morte das plantas