No cenário nacional, o Pólo de agricultura irrigada Petrolina, PE/Juazeiro, BA, no Submédio São Francisco, destaca-se como um dos maiores produtores da manga destinada ao mercado internacional, sendo responsável por 90% das exportações brasileiras desta fruta. Com o objetivo de comparar as percentagens médias de ocorrência de artrópodes-praga e predadores, associados a cultura da mangueira (Mangifera indica L.), foram realizadas prospecções em duas áreas comerciais, cv. Tommy Atkins, conduzidas em dois sistemas de manejo: produção integrada e orgânica. O experimento foi conduzido no período de fevereiro de 2000 a fevereiro de 2001, no município de Petrolina, PE, no Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho. As amostragens foram feitas a cada dez dias, tomando-se ao acaso cinco plantas, em cada área amostrada, as quais foram subdivididas em quadrantes, coletando-se oito ramos, quatro inflorescências e quatro frutos por planta, de acordo com a metodologia descrita por Barbosa et al. (2001). O material coletado foi acondicionado em sacos de papel no interior de sacos plásticos e transportado em caixas de isopor para o laboratório da Embrapa Semi-Árido, onde realizou-se a identificação e contagem dos insetos e ácaros, em microscópio estereoscópico. Realizou-se o cálculo das porcentagens de ocorrência das pragas e predadores nas duas áreas amostradas, ou seja, da percentagem da presença dos artrópodes nas coletas, em relação ao total de coletas. De acordo com as porcentagens obtidas, as espécies foram dispostas nas seguintes classes: espécies constantes (C)-aquelas presentes em mais de 50% das coletas; acessórias (Acs)-em 25% a 50% e acidentais (Aci)-em menos de 25% das coletas. A constância e as porcentagens de ocorrência dos artrópodes pragas, no sistema orgânico e de produção integrada foram, respectivamente: ácaros - Aceria mangiferae (C/91,3% e C/78,3%), Polyphagotarsonemus latus (Acs/34,8% e Acs/43,5%), Oligonychus sp. (Aci/17,4% e Acs/30,4%); cochonilha - Pseudaonidia tribitiformis (C/78,3% e C/91,3%), tripes - Selenothrips rubrocinctus e Frankliniella schultzei (Acs/43,5% e Acs/34,8%); e Erosomyia mangiferae (C/52,2% e C/52,6%). Em relação a inimigos naturais, as porcentagens de ocorrência foram: crisopídeos - Chrysoperla externa e Ceraeochrysa cubana (Aci/0,2% e Aci/0,2%), aranhas (Aci/0,4% e Aci/1,3%) e ácaros predadores - Euseius concordis, E. citrifolius (Phytoseiidae) (Aci/5,9% e Aci/4,1%), Cheletogens ornatus (Cheyletidae) (Aci/0,6% e Aci/3,0%) e Rubroscirus sp. (Cunaxidae) (Acs/47,8% e C/52,2%). Não não foi observada diferença na constância das pragas e predadores nos dois sistemas de cultivo estudados, com exceção dos ácaros Oligonychus sp. e Rubroscirus sp., onde se constatou menor ocorrência no sistema orgânico