ALBRECHT, J. C.

COELHO, M. A. O.

IAMANAKA, C.

SOARES SOBRINHO, J.

SÓ e SILVA, M.

Portuguese

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ANÁLISE DA SAFRA 2007 DE  TRIGO EM MINAS GERAISSÓ E SILVA,  M.1;  ALBRECHT,  J.C.2;  SOBRINHO,  J.S.1;  IAMANAKA,  C3 ;  COELHO, M.A.O.4;   (1)Embrapa  Trigo –  BR  285  KM  174,  CEP  99.001-970, Passo  Fundo-RS, soesilva@cnpt.embrapa.br;  (2) Embrapa  Cerrados  –  BR  020  km  18,  CEP  73310-970, Planaltina,  DF.  ,  (3)COOPADAP – Cooperativa  Agropecuária  do Alto  Paranaíba – São Gotardo – MG . (4)EPAMIG – Patos de Minas – MG.O trigo irrigado tem um grande potencial  de crescimento em área na região de cerrado  no  Brasil  Central,  incluindo  Minas  Gerais.  O  sistema  produtivo  irrigado  onde passam culturas como milho, feijão e hortaliças é dinâmico e competitivo, enquanto o trigo de sequeiro ou de “safrinha” pode aproveitar a sucessão com a cultura da soja, ocupando as áreas de vazio sanitário. Nesse contexto o trigo traz muitos benefícios em qualquer sucessão de culturas, em ambos os sistemas. Atua como supressor de ervas daninhas e de doenças de leguminosas e hortaliças, reduzindo o potencial de inóculo e o tempo de retorno dessas culturas na mesma área.  O objetivo desse trabalho é ao mesmo tempo divulgar os resultados da safra de trigo em Minas Gerais no ano de 2007 e informar demandas importantes  para  o trigo  na  região.  As  informações aqui  relatadas tiveram origem em vários setores da cadeia produtiva  de trigo, como a ATRIEMG(Associação de triticultores de Minas Gerais), Cooperativas, Moinhos, EMATER, COMTRIGO (Programa de  incentivo  a  cultura  de  trigo  no  estado)  ,  EPAMIG,  Produtores  e  Empresas  de assistência técnica além de outras instituições.A área total estimada de trigo foi de aproximadamente 16.000 hectares, sendo 98 % em cultivo irrigado e 2 % em cultivo de sequeiro. O cultivo de trigo irrigado predomina em áreas de altitude superior a 500 m de altitude, enquanto o cultivo de trigo de sequeiro embora em pequena escala aparece em áreas de maior altitude, acima de 700 m.  Essas áreas se concentram na região do Triângulo Mineiro, região de Unaí e na região sul do estado.  O rendimento médio de grãos estimado foi  de 4.900 kg/ha e de 1.200 kg/ha respectivamente para as áreas irrigadas e de sequeiro, resultando em uma produção de 75 mil  toneladas.  O ano de 2007 foi  seco desde a época de semeadura de trigo de sequeiro,  no final  de fevereiro,  com veranicos em março e abril,  e  praticamente sem chuvas  no  meses  de  junho,  julho  e  agosto.  Em  setembro,  na  segunda  quinzena, ocorreram chuvas esporádicas sem nenhum efeito na colheita de trigo irrigado na região. As médias mensais de volume de chuvas nos meses de abril a setembro ficaram abaixo das médias  normais  dos últimos trinta  anos.  As  temperaturas médias das mínimas e máximas também foram abaixo das normais, nos meses de abril a setembro, refletindo-se na baixa ocorrência de doenças fúngicas na cultura do trigo, tanto irrigado quanto de sequeiro. O uso do plantio direto predomina nas áreas de sucessão a soja no sequeiro e no irrigado predomina nas áreas que são cultivadas após milho e feijão. Nas áreas irrigadas onde são cultivadas hortaliças, como batata, cebola, alho, cenoura, beterraba e abobora cabotia, o trigo é semeado no sistema convencional de preparo de solo. Nestas áreas irrigadas  ocorre  semeadura  a  lanço,  visando  economia  de  tempo  e  na  tentativa  de aproveitar  a  “janela”  de  melhor  época  de  semeadura.  No  trigo  de  sequeiro  a  maior concentração de semeadura ocorre no final de fevereiro até o final de março, enquanto no trigo irrigado a maior concentração de semeadura ocorre na segunda quinzena de abril e no mês de maio. No trigo irrigado há uma pequena porcentagem de área em que a época de semeadura obedece a desocupação dos pivôs, havendo semeaduras em março, bem no cedo, e semeaduras no tarde, em junho. A adubação de base também depende da cultura que antecede o trigo, e varia em quantidades e fórmulas usadas, desde 100 kg/ha quando são usadas matérias primas como DAP, MAP e cloreto de potássio, até 450 kg/ha de formulas NPK de 5-20-20 e outras. O uso de adubação de cobertura de nitrogênio é generalizada nas áreas de cultivo de trigo irrigado e esporádica nas áreas de trigo de sequeiro. As quantidades usadas foram de 30 até 140 kg/ha de nitrogênio, sendo a fonte predominantemente usada foi a uréia, e em menor escala o sulfato de amônio,  o super N e a adubação orgânica (esterco de aves ou suínos). Nas áreas irrigadas onde são usadas altas doses de adubação de base  e  de  nitrogênio  em cobertura,  o  uso  de  redutor  de  crescimento  é  uma prática freqüente, para evitar o acamamento. As cultivares mais usadas em cultivo de sequeiro foram BR 18, IAC 350, Brilhante e Aliança. No cultivo irrigado há predominância de cultivares da Embrapa      (Embrapa 22, BRS 207, BRS 264 e BRS254), e em menor escala foram plantadas as cultivares CD108, Supera e Onix.Entre  os  problemas  de  ervas  daninhas,  há  falta  de  opção  entre  os  herbicidas indicados para trigo  nas regiões tradicionais,  uma vez que não é permitido o uso de produtos do grupo químico das dissulfoniluréias em áreas irrigadas onde haja seqüência de culturas como batata e milho semente. Há necessidade das empresas fabricantes de defensivos registrarem os produtos usados nas áreas tradicionais no sul do Brasil, para as áreas tropicais de trigo, tanto em sequeiro como irrigado. Entre as pragas, as lagartas foram e tem sido as principais pragas, e de difícil controle na maioria dos casos. A comercialização de trigo em Minas Gerais foi rápida e com preços praticados acima do preço mínimo de R$ 480,00/tonelada, favorecida pela conjuntura de mercado nacional e internacional. Esse cenário gerou perspectivas otimistas nos produtores, de maneira geral, acenando com aumento significativo de intenção de plantio para a safra de trigo em 2008.Entre as principais demandas identificadas na cultura de trigo  em Minas Gerais, se destacaram a falta de informações para os produtores,  falta de semeadoras, que são exclusivas para trigo, falta de articulação do setor sementeiro, falta de financiamento e de instrumentos de comercialização do governo, além da falta de melhor organização na estrutura de beneficiamento e armazenagem de trigo na região.

Análise da safra 2007 de trigo em Minas Gerais.

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/851625/1/CNPTID39825.pdf

Análise da safra 2007 de trigo em Minas Gerais.

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