BELTRÃO, N. E. de M.

COELHO, D. K.

GONDIM, T. M. de S.

MORAES, C. R. de A.

SEVERINO, L. S.

VALE, L. S. do

Portuguese

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PRODUÇÃO E TEOR DE ÓLEO DA MAMONEIRA DE PORTE MÉDIO PLANTADA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOSCássia Regina de Almeida Moraes1,  Liv Soares Severino2, Leandro Silva do Vale3, Daniel Kühner Coelho3, Tarcísio Marcos de Souza Gondim2 e Napoleão Esberard de Macedo Beltrão21Bolsista CNPq/DCR, cramorae@ig.com.br, 2Embrapa Algodão, liv@cnpa.embrapa.br, tarcisio@cnpa.embrapa.br, nbeltrao@cnpa.embrapa.br, 3Estagiários da Embrapa AlgodãoRESUMO -  O espaçamento de 3m entre linhas tem sido normalmente recomendado para a cultivar BRS  Nordestina,  mas  há  indícios  de  que  o  adensamento  da  população  propicie  aumento  de produtividade. Com o objetivo de se avaliar o efeito do espaçamento entre linhas sobre o crescimento, a produção e o teor de óleo da mamoneira BRS Nordestina, implantou-se este ensaio no Município de Carnaubais, no Estado do Rio Grande do Norte. Utilizou-se delineamento em blocos casualizados com 4 repetições e 5 tratamentos que consistiram nos espaçamentos entre linhas de 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5m. A distância entre plantas permaneceu fixa em 1m. Avaliaram-se o estande final,  a altura da planta, o teor de óleo das sementes e a produtividade. Nenhuma das características estudadas foi influenciada pelo espaçamento entre linhas. Obteve-se produtividade muito baixa (422 kg/ha) devido à baixa disponibilidade de água.INTRODUÇÃOA população de plantas é definida pelo espaçamento entre linhas e a distância entre as plantas dentro da linha, normalmente chamada de densidade. O estande de plantas (percentual de plantas vivas) também influencia a população final de plantas, mas nos cálculos teóricos, geralmente este fator  é desconsiderado,  pois sempre se almeja o estande de 100%, embora este dificilmente ocorra.São escassas as informações científicas sobre o espaçamento adequado entre linhas para o cultivo da mamona (Ricinus comunnis L.). O espaçamento entre linhas e a distância entre plantas nas linhas, embora sendo uma prática simples e sem custo para o produtor, tem grande impacto sobre a produtividade.  O  espaçamento  de  3  m  entre  linhas  tem  sido  recomendado  para  a  cultiva  BRS Nordestina para diversos ambientes (BELTRÃO et al., 2003), mas há indícios de que o adensamento populacional possa  proporcionar aumento de produtividade (SEVERINO et al., 2006).Este estudo teve o objetivo de avaliar, em condições de sequeiro o estande, a altura das plantas, o teor de óleo e a produtividade da mamoneira de porte médio BRS Nordestina plantada em espaçamentos variando entre 1,5 e 3,5m.MATERIAL E MÉTODOSO experimento foi conduzido em  sequeiro no Município de Carnaubais, Estado do Rio Grande do Norte entre fevereiro e setembro de 2005. Utilizou-se delineamento em blocos casualizados com 4 repetições e 5 tratamentos que consistiram nos espaçamentos entre linhas de 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5 m. Realizou-se adubação mineral com NPK na dose 15-60-40 em fundação e 35 kg/ha de N aos 45 dias após a emergência.  Como fertilizante utilizou-se sulfato de amônio,  superfosfato triplo e cloreto de potássio.  Cada parcela experimental constou de 6m de comprimento, com largura e número de linhas variando de acordo com o tratamento: 10,5 m de largura nos espaçamentos de 1,5 e 3,5 m; 10m de largura nos espaçamentos de 2,0 e 2,5m; e 9m de largura no espaçamento de 3m.Os adubos foram colocados na cova de plantio, e imediatamente, realizado o semeio, com três sementes por cova. Aos 15 dias após a emergência (DAE), realizou-se o desbaste deixando-se uma planta por cova. Entre o semeio e a colheita do experimento, choveu apenas 380mm, sendo ainda 55% das chuvas concentradas em apenas dois meses.A colheita para medição da produtividade foi feita parceladamente à medida que os cachos atingiam a maturação (secos). Os cachos foram pesados em campo e estimado o peso de sementes pelo coeficiente 0,5486 proposto por Severino et al.  (2005). Os dados de estande final e altura da planta foram coletados na ocasião da última colheita que ocorreu aos 215 DAE  Para medição do teor de óleo, as sementes foram mantidas por 24 horas em estufa a 400 C para redução da umidade e submetidas à leitura em aparelho de Ressonância Nuclear Magnética. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e de regressão por polinômios ortogonais segundo  Ferreira (1996).RESULTADOS E DISCUSSÃOO resumo da análise de variância encontra-se na Tabela 1. Nenhuma das características estudadas foi influenciada pelos espaçamentos entre linhas. O coeficiente de variação da produtividade foi de 46,6% e do estande final de 26,5%, o que contribuiu para os efeitos não-significativos dessas características.A produtividade média do experimento foi de 422 kg/ha, valor muito abaixo do potencial de produção  da  cultivar  BRS  Nordestina.  Essa  baixa  produtividade  ocorreu  devido  à  limitada disponibilidade de água, apenas 380 mm, sendo que para produzir  satisfatoriamente a mamoneira necessita de pelo menos 500mm de chuvas bem distribuídas ao longo do ciclo. O teor de óleo apresentou uma discreta tendência a crescimento de forma linear à medida que se aumenta o espaçamento entre linhas, o que diminui a competição entre as plantas e aumenta a disponibilidade de água e nutrientes.CONCLUSÕESNenhuma  das  características  avaliadas  na  cultivar  BRS  Nordestina  foi  influenciada  pelo espaçamento entre linhas variando entre 1,5 e 3,5m no Município de Carnaubais, RN.AGRADECIMENTOSEste trabalho faz parte do Projeto de Pesquisa  da Petrobras  sobre  o Desenvolvimento de Áreas de Produção de mamona para produção de Biodiesel, pelo qual os autores agradecem o apoio recebido.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBELTRÃO,  N.E.M.;  CARDOSO,  G.D.;  SEVERINO,  L.S.  Sistema de produção para a  cultura  da mamona na agricultura familiar do semi-árido nordestino.  Campina Grande:  Embrapa Algodão, 2003. (Folder).FERREIRA, P.V. Estatística experimental aplicada à agronomia. 2. ed. Maceió: Edufal, 1996. 606p.SEVERINO,  L.S.;   MORAES,  C.R.A.;  GONDIM,  T.M.S.;  CARDOSO,  G.D.;  BELTRÃO,  N.E.M. Crescimento e produtividade da mamoneira influenciada por plantio em diferentes espaçamentos entre linhas. Revista Ciência Agronômica, v.37, n.1, p.50-54, 2006.SEVERINO, L.S.;  MORAES, C.R.A.; GONDIM, T.M.S.; CARDOSO, G.D.; SANTOS, J.W. Fatores de conversão do peso de cachos e frutos para peso de sementes de mamona. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005. 15p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento,  56)Tabela 1. Resumo da análise de variância do estande, da altura da planta, teor de óleo e produção da mamoneira de porte médio. Carnaubais, RN, 2005Fonte de variação G.LQuadrado MédioEstande Altura Teor de óleo ProdutividadeTratamentos 4 244,9ns 137,12ns 2,97ns 3.954,9nsEf. linear 1 22,14ns 438,91ns 9,39ns 2.025,8nsEf. quadrát. 1 38,49ns 101,25ns 0,61ns 7.779,9nsBloco 3 79,62ns 214,01ns 5,94ns 19.448,9nsErro 19 306,03 305,97 2,14 38.575,0CV (%) 26,5 15,1 3,28 46,6Tabela 2. Médias do estande, da altura da planta, do teor de óleo e da produção da mamoneira de porte médio submetida a diferentes espaçamentos. Assu, RN, 2005.Espaçamento Estande(%)Altura(m)Teor de óleo(%)Produção(g/trat)1,5 m 67,3 1,12 43,9 407,62,0 m 54,5 1,12 44,0 460,12,5 m 76,2 1,12 44,0 417,73,0 m 67,9 1,18 45,5 444,53,5 m 64,2 1,25 45,6 379,9

Produção e teor de óleo da mamoneira de porte médio plantada em diferentes espaçamentos.

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