A obesidade, que está relacionada a diversas comorbidades incluindo a síndrome metabólica (SM), também tem sido associada ao desenvolvimento e progressão do câncer mamário, que é o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres. A SM tem sido associada ao risco, tanto para o desenvolvimento como para o pior prognóstico desse tipo de câncer. Dentre as diversas adipocinas secretadas pelo tecido adiposo encontra-se a proteína transportadora de ácidos graxos de adipócitos (A-FABP), que na obesidade está presente em concentrações mais elevadas e tem sido considerada um marcador de SM. Mais recentemente esta adipocina tem sido associada à carcinogênese e a piores prognósticos de vários tumores, incluindo os de mama. Com o objetivo de avaliar a associação da A-FABP com a SM e as características clinicopatológicas do câncer de mama, 152 pacientes atendidas no CAISM/UNICAMP foram classificadas em três grupos: não obesas (NO), sobrepeso/obesidade (SP/O) e sobrepeso/obesidade com síndrome metabólica (SP/O-SM); e tiveram as concentrações séricas de A-FABP determinadas pela técnica de ELISA. Concentrações mais elevadas de A-FABP foram detectadas no grupo SP/O-SM, sugerindo o papel da A-FABP como um biomarcador da SM, também em pacientes com câncer mamário. Além disso, esta adipocina mostrou associações com fatores de pior prognóstico tanto no grupo SP/O-SM, como no grupo NO. Como essas associações foram mantidas após ajustes das variáveis: índice de massa corpórea, circunferência abdominal e idade/estado menopausal, os resultados sugerem relação da A-FABP com maior gravidade do câncer mamário, independentemente de obesidade e incentivam o estudo mais aprofundado dessas relações.</jats:p