Dissertação de mestrado em Psicologia (Psicologia da Educação, Desenvolvimento e Aconselhamento), apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.Bryant e Smith (2001) desenvolveram um instrumento composto por 12 itens para avaliar comportamentos agressivos, com base no Questionário de Agressividade de Buss-Perry (AQ). Este questionário tornou-se rapidamente um dos instrumentos de avaliação mais populares para medir a agressividade, tendo sido traduzido para várias línguas e estudado em múltiplos contextos culturais. Ao longo do tempo foram propostas distintas versões do instrumento, nomeadamente quanto ao número de itens e de fatores. Em Portugal, os primeiros estudos empíricos sobre as propriedades metodológicas do Questionário de Agressividade (AQ) tiveram lugar, em Coimbra, na década de 1990, com uma versão composta pelos 29 itens desenvolvidos pelos autores do instrumento. O recente projeto dá continuidade ao estudo inicial, mas visando especificamente a construção de uma versão mais curta do mesmo, na linha iniciada por Bryant e Smith (2001).
Neste estudo analisa-se a estrutura fatorial e as propriedades psicométricas de uma versão portuguesa da versão abreviada do Questionário de Agressividade, numa amostra de 893 jovens adultos portugueses. Os respondentes integram o Estudo Longitudinal de Coimbra (ELC) cujo início teve lugar no ano académico de 1992-1993, envolvendo uma amostra representativa dos alunos que nessa altura frequentavam o 2º, 4º e 6º anos das Escolas Públicas desse Concelho. Neste estudo usamos os dados da última avaliação efetuada (quinta fase: n= 746). A amostra é composta por 384 homens (51.5%) e 362 mulheres (48.5%).
A análise fatorial exploratória revelou uma estrutura de três fatores distinta, portanto, da definida por Buss e Perry (1992). Os três fatores retidos foram denominados, em conformidade com trabalhos anteriores (Irritabilidade, Agressividade física e Hostilidade). A escala Agressividade Verbal, devido ao baixo número de indicadores usados, não emergiu como um fator independente na análise fatorial. A consistência interna para o score total revelou ser boa ( = .82). O score global de agressividade mostrou
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validade convergente e discriminante relativamente a um conjunto de variáveis derivadas com base na teoria da tensão do comportamento antissocial. Os resultados foram discutidos com base na validação do AQ versão reduzida para 12 itens de (Bryant & Smith, 2001), adaptada para a população portuguesa.Bryant and Smith (2001) developed an instrument composed by 12 items to assess aggressive behavior, based on the Aggression Questionnaire (AQ) of Buss-Perry. This questionnaire has quickly become one of the most popular assessment tools to measure aggression, and had been translated into several languages and studied in multiple cultural contexts. Over time were presented different versions of the instrument, particularly concerning the number of items and factors. In Portugal the first empirical studies of the measurement characteristics of Aggression Questionnaire (AQ) took place in Coimbra, in the 1990s, with a version composed of 29 items. The recent project pretend to follow the original, but specifically assess the construction of a brief version, according to the work of Bryant and Smith (2001).
In this study we analyze the factor structure and psychometric properties of a portuguese version of the brief version of the Aggression Questionnaire in a sample of 893 portuguese young adults. Data are part of the Longitudinal Study of Coimbra (LSC) which took place early in the academic year 1992-1993, involving a representative sample of students who attended the 2nd, 4th and 6th years of Coimbra Public Schools. This study used the participants from the last evaluation performed (fifth stage: n= 746). The sample consists of 384 men (51.5%) and 362 women (48.5%). The exploratory factor analysis revealed a three-factor structure distinct, therefore, defined by Buss and Perry (1992). The three factors retained were called, in accordance with previous jobs: (Irritability, Physical Aggressiveness and Hostility). The scale Verbal Aggressiveness, due to the low number of indicators used not emerged as an independent factor in factor analysis. The internal consistency for the total score was found to be good (alpha = .82). The overall score of aggressiveness showed convergent and discriminated validity in relation to a set of derived variables on the basis of the theory of voltage of antisocial behavior. The results were discussed on the basis of the validation of AQ version reduced to 12 items (Bryant and Smith, 2001), adapted to the Portuguese population