Dissertação de mestrado integrado em Medicina (Medicina Geral e Familiar), apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraIntrodução: A prevenção secundária, aplicada sob a forma de rastreios médicos, traduz-se pela identificação de um estado patológico numa fase ainda assintomática, e prevenção ou minimização da progressão de doença numa fase precoce. Em Portugal, os dados sobre a importância atribuída pelos utentes aos rastreios médicos são escassos, o presente estudo pretende determinar tal conhecimento.
Objetivos: Estudar a importância atribuída aos rastreios médicos pelos utentes. Métodos: Foi realizado um questionário aplicado a amostra de 400 utentes de duas Unidades de Saúde Familiar e duas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados do Concelho de Coimbra durante os meses de Julho e Agosto de 2013. Foram também obtidas informações relativas à idade, género, actividade profissional, toma regular de medicação, grau de formação académica, auto-percepção de qualidade de saúde e Unidade de Saúde. As respostas dadas ao questionário foram estudadadas de acordo as variáveis acima enumeradas.
Resultados: O questionário foi aplicado a uma amostra de 400 doentes dos 11 e os 90 anos (média de 53,84 anos), dos quais 65,0% do género feminino, 68,5% com grau de formação académica média, 72,0% com toma regular de medicação, 52,3% profissionalmente activos, 50,2% distribuídos em USF e 61,0% com autocaracterizarão da sua saúde como Razoável ou Fraca. Nas USF observou-se a existência de com uma população mais jovem (USF 73,6% vs UCSP 66,3%, p=0,009). Nas 5 perguntas do questionário, verificou-se que em relação à aceitação da realização de rastreios médicos por parte dos consulentes 94,8% dos consulentes aceitam; 93,3% dos inquiridos acham que os rastreios médicos permitirem indicar a presença
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de doença; 88,3 % dos inquiridos acham que mesmo que façam um rastreio médico podem vir a sofrer ou morrer de uma doença. Por fim, 43,5% dos inquiridos afirma aceitar a realização de rastreios em saúde porque querer saber que está saudável; 36,2% porque confiam nos rastreios; 28,5% porque querem saber que têm doença e 23,7% porque aceitam as consequências de os fazer. Para a questão “Julga que um rastreio lhe permite saber se tem uma doença?” os consulentes atendidos em UCSP atribuíram maior percentagem de respostas negativas (4%USF vs 9,5% UCSP, p=0,026).
Discussão e Conclusão: Foi possível desenvolver um questionário sobre a importância de rastreios médicos para utentes e proceder à sua aplicação em duas USF e duas UCSP. A maioria da população em estudo aceita a realização de rastreios em saúde quando propostos e julga que um rastreio médico permite identificar a presença de doença. Os consulentes de UCSP julgam numa percentagem superior aos consulentes de USF que os rastreios não identificam doença. A maioria dos inquiridos aceita os rastreios médicos como meio de determinar se estão saudáveis. A transmissão de conceitos de promoção e prevenção em saúde são essenciais.Background: Secondary prevention applied as screening tests is the recognition of a pathological state at a asymptomatic phase and the prevention or minimization of a disease development at an early state. There are few data in Portugal about the significance of screening tests for patients, which this study intends to identify.
Objectives: Study the significance of medical screening tests for patients.
Methods: A survey was applied at a 400 patient’s sample of two Family Heath Units and two
Personalized Health Care Units at Coimbra, during July and Augusto of 2013. Information about age, gender, professional activity, regular use of medication, academic degree, self-perceived quality of health and Health Unit were taken. All the answers were studied according to the variables listed above.
Results: The survey was applied at a sample of 400 patients from 11 to 90 years old (average of 53,84 years), from which 65,0% were female, 68.5% had an average degree of academic education, 72.0% with regular use of medication, 52.3% professionally active, 50.2% belonged to a USF and 61.0% with perceived their health as fair or poor. At the USF there was a younger population (73.6% vs USF UCSP 66, 3%, p = 0.009). The 5 questions of the questionnaire revealed the acceptance of conducting medical screenings by 94.8% of the consultants, 93.3% of respondents think that screening tests indicate the presence of disease, 88 3% of respondents agree that even if they do a medical screening they may suffer or die from a disease. At least, 43.5% of respondents agree on conducting health screenings because they want to know if they are healthy, 36.2% because they trust the surveys, 28.5% because they want to know if they have a disease and 23.7% because they accept the consequences of
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making them. To the question "Do you think a screening test lets you know if you have a disease?" the consultants assisted in UCSP attributed greater percentage of negative responses (4% vs USF UCSP 9.5%, p = 0.026).
Discussion and Conclusion: It was possible to develop a survey to study the significance of medical screenings to users and to implement them in two USF and two UCSP. Most of the study population accepts conducting health screenings when offered and believes a medical screening allows them to identify the presence of disease. The consultants of UCSP judge at a higher percentage than the USF consultants that medical screenings do not identify a disease. Most respondents accepted medical screenings as a means to settle if they are healthy. The transmission of concepts of health promotion and prevention are essentia