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Empreendedorismo Social: Uma análise via associativismo juvenil

Abstract

É atribuído ao empreendedorismo e aos empreendedores um conjunto de características cujo desenvolvimento tem sido considerado prioritário pelas autoridades públicas dos mais diferentes países. Não obstante o empreendedorismo na sua forma mais comum, i.e. ‘comercial’, estar relativamente bem estudado na literatura, o empreendedorismo social está ainda numa fase emergente, o que justifica a escassa evidência empírica existente sobre este fenómeno. Este artigo pretende contribuir para acrescentar evidência sobre esta realidade, avaliando, através de um inquérito alargado aos dirigentes da maioria das associações juvenis portuguesas, em que medida as associações dão um contributo efectivo para a criação e fomento de competências relacionadas com o empreendedorismo. Face aos dados recolhidos e aos resultados daí retirados, conclui-se que as associações juvenis desempenham um papel determinante no fomento das competências empreendedoras dos seus dirigentes. Demonstrámos, com base num modelo multivariável, que os dirigentes consideram que a sua participação no associativismo foi determinante na formação do seu perfil empreendedor. Em concreto, as atitudes empreendedoras estão positiva e significativamente associadas à percepção pelos dirigentes asociativos relativamente ao contributo das Associações no que concerne à promoção dos respectivos conhecimentos de gestão de organizações, do sistema legal e do funcionamento dos mercados. Os dirigentes ‘empreendedores’ reconhecem ainda que as Associações aumentaram a respectiva rede de contactos em termos de negócios/mercado, capacitando-os de um conjunto de conhecimentos mais vasto e de aplicabilidade prática do que qualquer disciplina que tenham frequentado no ensino formal. Em termos de implicações de política educativa, as conclusões reforçam a necessidade de existir uma maior integração entre uma abordagem formal e não formal de criação de competências teóricas e práticas no ensino do empreendedorismo aos mais diferentes níveis. Assim, o reconhecimento formal da experiência de gestão associativa como meio de enriquecimento curricular constituiria um avanço importante no espírito da futura implementação e adopção do Quadro Europeu das Qualificações.empreendedorismo social; associativismo juvenil; Portugal

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