Os supercondutores de alta temperatura crítica, em especial os granulares,
apresentam uma transição resistiva que ocorre em duas etapas: a uma temperatura
acima da temperatura crítica de transição Tc0, chamada de supercondutividade
intragranular e a uma temperatura mais baixa onde ocorre a supercondutividade em
toda a amostra, chamada de supercondutividade intergranular. Em Tc0 ocorre à
ativação das ligações fracas e uma ordem de longo alcance é obtida, neste
momento, a resistência elétrica é nula em toda amostra.
Nos supercondutores de alta temperatura crítica, a linha de irreversibilidade
magnética divide o estado misto do plano H-T em duas regiões: reversível e
irreversível. Na região reversível todo o transporte elétrico sofre dissipação devido
aos efeitos da dinâmica de fluxo magnético no supercondutor. Na região irreversível
todo transporte de corrente elétrica é permitido.
Em supercondutores granulares, as medidas de irreversibilidade magnética e
resistividade nula não dependem das mesmas partes da amostra. Enquanto, a
resistência elétrica depende de um arranjo de grãos que atravessam toda a amostra
a irreversibilidade depende de clusters de grãos bem acoplados. Devido a isso, as
medidas de resistência nula devem estar em pontos abaixo da linha de
irreversibilidade magnética.
O objetivo deste trabalho é analisar as medidas de transporte elétrico e
magnetização e correlacionar às linhas de resistência nula e as linhas de
irreversibilidade magnética, em diferentes orientações de campo-corrente, para uma
amostra com a adição de 30% da fase Y211 (Y2BaCuO5) e comparar os dados
obtidos com uma amostra na qual foram adicionados 17% desta mesma fase.Postprint (published version