Procuramos compreender alguns dos mecanismos que permitiram a um professor de Física de uma escola pública da cidade de Belo Horizonte, Brasil, construir práticas inovadoras em meio a um grupo de professores fortemente resistentes a inovações curriculares. Com base no referencial teórico de René Kaës, pudemos concluir que elementos da formação inicial, ancorados pela implantação de uma política educacional potencialmente emancipadora, puderam se constituir em intermediários que sustentaram os impasses vividos pelo professor naquela escola: continuar ocupando o lugar a ele assinalado pelo grupo de professores resistentes ou pautar sua prática na aprendizagem dos alunos. Ao enfrentar esse impasse o professor pôde valorizar seu processo de formação inicial na medida em que houve a criação de um espaço transicional entre-dois lugares: formação e profissão