Com esta investigação propomos analisar o desempenho de uma amostra de fundos
de investimento mobiliário portugueses, durante o período Janeiro de 2002 a Dezembro
de 2009, utilizando a medida de Jensen (1968) e a metodologia de timing proposta por
Henriksson e Merton (1981). Os resultados obtidos pela medida de Jensen sugerem que,
no geral, os fundos têm desempenhos inferiores ao mercado na ordem dos 0,34% ao
ano. Contudo este valor não é estatisticamente significante. Os fundos internacionais
conseguem “bater” o mercado, enquanto os fundos nacionais e fundos da União
Europeia têm desempenhos inferiores.
Tendo por base a medida de Henriksson e Merton (1981), verificamos que os
gestores possuem poucas capacidades de selectividade (0,42% ao ano) e falham nas
suas previsões quanto à evolução do mercado – timing. Enquanto os gestores
internacionais parecem evidenciar melhores capacidades de selectividade, os gestores
nacionais registam melhores capacidades de timing. Os resultados sugerem igualmente
que existe uma acentuada correlação negativa entre ambas as componentes do
desempenho e uma distance effect na componente timing.
Os testes realizados através de metodologias não condicionais e condicionais
confirmam a robustez dos resultados iniciais em relação à especificação do modelo. No
entanto, sugerem que, em média, a introdução de factores de risco adicionais e sua
posterior combinação com informação condicional em pouco afecta as estimativas de
timing, mas melhora os coeficientes de determinação e as estimativas de selectividade,
sendo, em média, os alfas condicionais maiores que os alfas não condicionais