Role of the receptor for formylated peptides in the anti-inflammatory action of annexin 1 and its N-terminal peptide in experimental model of peritonitis

Abstract

Objetivos: Analisar o papel da proteína endógena anexina 1 (ANXA1), sua ativação gênica e expressão protéica nos mastócitos e nos neutrófilos, durante um modelo experimental de peritonite. Além disso, investigar a interação funcional do receptor para peptídeos formilados (FPR) com a proteína ANXA1 e o seu peptídeo mimético Ac2-26. Métodos: Camundongos selvagens (ANXA1+/+) e deficientes (ANXA1-/-) para ANXA1 e, selvagens (FPR+/+) e deficientes (FPR-/-) para o receptor FPR foram induzidos (i.p.) à inflamação, por 1 e 4 horas, com 1,5mg/kg de carragenina. O tratamento com o peptídeo Ac2-26 (100μg/kg) foi realizado (i.v.) quinze minutos antes do estímulo inflamatório. Como controle para a família de receptores FPR, os animais FPR+/+ receberam (i.v.) 10μg/kg do antagonista Boc2 (inibidor dos receptores FPR). Os mastócitos e os neutrófilos foram analisados histológica e quantitativamente no mesentério e no lavado peritoneal. A ativação gênica da ANXA1 foi monitorada nos animais ANXA1-/-, através da atividade enzimática da b-galactosidase, produzida pelo gene repórter LacZ. A reação imunocitoquímica ultra-estrutural (dupla marcação) detectou a expressão da ANXA1 (anticorpo LCS3) e do receptor FPR (anticorpo FPRb) nos neutrófilos peritoneais dos camundongos FPR+/+. Resultados: O estímulo inflamatório, após 1 hora, não foi significativo, enquanto após 4 horas, observamos numerosos mastócitos desgranulados e neutrófilos migrados. A resposta inflamatória foi mais exacerbada nos camundongos ANXA1-/-. O efeito da administração do peptídeo Ac2-26 exerceu uma significante ação inibitória na desgranulação dos mastócitos e na migração dos neutrófilos. A ação inibitória do peptídeo foi suprimida após o tratamento com o antagonista Boc2, avaliado pelo aumento da ativação e transmigração das células inflamatórias. A ativação gênica da ANXA1 foi acentuada após 1 e 4 horas do processo inflamatório. Nas análises imunocitoquímicas, verificamos uma intensa imunorreatividade da ANXA1 após 4 horas do processo inflamatório e do tratamento com o peptídeo, além disso, mostramos, pela primeira vez na literatura, a co-localização ultra-estrutural do receptor FPR com a ANXA1, na membrana plasmática dos neutrófilos. Conclusões: A exacerbação do processo inflamatório na ausência da ANXA1, sua intensa ativação gênica e expressão protéica durante a resposta inflamatória aguda mostraram que a proteína endógena ANXA1 apresenta um importante papel regulatório na ativação dos mastócitos e na diapedese dos neutrófilos. Além disso, embora o receptor FPR tenha sido co-localizado ultraestruturalmente com a proteína ANXA1, este receptor parece não estar envolvido na mediação do peptídeo Ac2-26 (porção N-terminal da ANXA1) nas células inflamatórias estudas, efeito obtido pelo pré-tratamento farmacológico nos animais deficientes para o FPR. Este fato sugere que distintos mecanismos de ação podem estar relacionados com a proteína inteira ou com o seu sítio ativo antiinflamatório, peptídeo N-terminal. Os achados experimentais poderão promover um avanço no desenvolvimento de novas terapias baseadas nas ações antiinflamatórias da anexina 1..BV UNIFESP: Teses e dissertaçõe

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