Dinâmica dos incêndios florestais no Estado do Acre nas décadas de 90 e 00

Abstract

A floresta Amazônica esta perdendo sua característica de agir como barreira aos incêndios florestais. Esta vulnerabilidade aos incêndios tem sido estudado principalmente na região da Amazônia oriental onde as florestas estão mais fragmentadas, com mais alta taxa de ocupação e com gradiente de seca e impacto das mudanças climáticas mais sentido. Nós utilizamos o mapeamento anual para reconstruir o histórico de fogo da Amazônia Ocidental usando como exemplo a cena 002/67 do satélite Landsat que representa a órbita ponto mais antropizada do estado do Acre. Foi utilizado o Indice de Cicatriz de Fogo (Burn Scar Index BSI) derivado das frações de Material Fotossintético, Não-Fotossintético e Solo gerados pelo software Claslite©, para mapear os incêndios florestais nos últimos 21 anos (1989-2010). Este histórico de cicatrizes anuais indica que somente 22% ou 3.482 km2 das florestas Acreanas nesta região foi queimada ao longo dos anos. Estas florestas tiveram uma baixa frequência de fogo, sendo que 82% foi queimada somente uma vez, enquanto que 13% queimou duas vezes e o restante queimou até no máximo até 5 vezes neste período. A maioria destas áreas queimadas ocorreram em florestas abertas com bambu e em anos de forte El Nino (1992 e 1998) ou em anos de outros fenômenos climáticos como em 2005 e 2009. Estes resultados indicam que, como na Amazônia Oriental, as regiões mais antropizadas da Amazônia Ocidental também são sensíveis aos eventos climáticos de seca extrema, entretanto recentemente estas regiões tem tido aumento das áreas queimadas mesmo em anos de precipitação media normal. Isso indica uma mudança de peso na contribuição do desmatamento em detrimento dos efeitos do clima para a vulnerabilidade das florestas desta região ao fogo.Pages: 8799-880

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