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Padrões fenológicos de uma gramínea nativa do cerrado, Echinolaena inflexa (Poiret) chase, e de uma gramínea invasora do cerrado, Urochloa decumbens stapf

Abstract

Nas fisionomias abertas do cerrado brasileiro, como os campos cerrados e campos\ud sujos, as gramíneas perenes constituem o grupo de espécies mais freqüente e as principais\ud contribuintes para a biomassa total. Várias espécies de gramíneas africanas foram\ud introduzidas no Brasil e se tornaram importantes invasoras dos cerrados. Essas invasoras\ud podem alterar os processos do ecossistema, além de afetar diretamente as populações\ud nativas por competição, podendo causar extinções locais. A separação temporal da época\ud reprodutiva é um dos fatores que permitem a coexistência de espécies em uma\ud comunidade e, por outro lado, a sobreposição nos ciclos aumenta a competição pelos\ud recursos limitantes, especialmente em climas sazonais. Assim, o conhecimento de\ud aspectos reprodutivos das plantas nativas e exóticas se torna necessário na recuperação e\ud conservação destes ecossistemas. Este trabalho se propõe a detectar os padrões\ud fenológicos de uma gramínea nativa do cerrado, Echinolaena inflexa, e de uma gramínea\ud invasora, Urochloa decumbens. Cinqüenta indivíduos de ambas as espécies foram\ud marcados e acompanhados durante um ano, no Parque Estadual do Juquery (Franco da\ud Rocha, SP). As fenofases detectadas foram: florescimento, frutificação, dispersão das\ud cariopses e ramos vegetativos. Os indivíduos de U. decumbens iniciaram a floração em\ud janeiro, frutificando e dispersando sementes até o final da seca. Entre outubro e dezembro,\ud os indivíduos desta espécie apresentavam somente ramos vegetativos. Os indivíduos de E.\ud inflexa iniciaram a floração em novembro, com pico em fevereiro, e também frutificou e\ud dispersou sementes até o final da época seca; apresentando somente ramos vegetativos\ud apenas em setembro e outubro. Ambas as espécies podem ser consideradas gramíneas\ud precoces de ciclo longo, onde o ciclo reprodutivo pode durar de cinco a dez meses,\ud iniciando a floração no início do período de chuvas e dispersando propágulos até agosto.\ud A sobreposição de seus nichos reprodutivos pode ser uma pressão competitiva sobre a\ud espécie nativa.1 – Financiamento FAPESP 2 - Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências-USP, São Paulo, Brasil

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