Abstract

[...]. Os Açores não constituem simplesmente um elo da correspondência transatlântica. Aliás, possuem uma identidade bem complexa. Com efeito, se a História evidencia muito a mundividência, apresentando as ilhas como o centro do Mundo, já a literatura ressalta muito o isolamento, resultante do afastamento dos continentes e da descontinuidade territorial, apresentando as ilhas como o fim do Mundo. Curiosamente, a política e os políticos, talvez com maior sentido do pragmatismo e da oportunidade, agem em função das circunstâncias. De facto, proclamam a projecção da universalidade, quando reivindicam mais capacidade de auto-governo, mas insistem na pobreza da ultraperifericidade, quando exigem mais contrapartidas financeiras. Apesar da divergência das perspectivas, atentemos mais na universalidade dos Açores, que historicamente influi na definição das dinâmicas do Atlântico, conferindo maior projecção à Europa

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