research

Estratégias competitivas entre uma gramínea nativa do cerrado e uma gramínea invasora do cerrado

Abstract

Várias espécies de gramíneas africanas introduzidas no Brasil se tornaram\ud importantes invasoras dos cerrados e constituem uma das principais ameaças para a\ud sua conservação. Comparações envolvendo características entre espécies exóticas e\ud nativas podem levar a uma melhor compreensão sobre o processo da invasão. Neste\ud estudo, semeamos Echinolaena inflexa, uma gramínea nativa do cerrado, e Urochloa\ud decumbens, uma gramínea africana invasora do cerrado, em diferentes proporções\ud relativas uma à outra (100%-0%, 70%-30%, 50%-50%, 30%-70%, 0%-100%).\ud Avaliamos a sobrevivência, crescimento, fecundidade e capacidade fotossintética\ud das espécies nos diferentes tratamentos (puros e mistos). Para avaliar sobrevivência,\ud crescimento e fecundidade foram realizados três censos durante o período de um\ud ano. A medição da capacidade fotossintética foi efetuada por meio de um\ud fluorômetro portátil, onde se considerou os parâmetros de eficiência do fotossistema\ud II, da taxa de transporte de elétrons e do potencial máximo aparente de uso da luz. \ud Sempre que sementes de ambas as espécies foram colocadas juntas, a espécie nativa\ud teve seu crescimento suprimido pela invasora. Nos tratamentos puros, os indivíduos\ud da espécie nativa cresceram em tamanho, mas somente três indivíduos se tornaram\ud reprodutivos. No entanto, muitos indivíduos da espécie invasora cresceram em\ud tamanho e se reproduziram em todos os tratamentos, mostrando sempre uma\ud alocação de recursos tanto para crescimento quanto para reprodução. Ambas as\ud espécies tiveram sua capacidade fotossintética reduzida nos tratamentos mistos,\ud porém, os valores da espécie invasora se mantiveram mais constantes. Portanto,\ud concluímos que a espécie invasora é possivelmente mais tolerante a situações de\ud estresse e utiliza os recursos de maneira mais eficiente, o que poderia explicar o seu\ud sucesso na invasão.1 – Financiamento FAPESP 2 - Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências-USP, São Paulo, Brasil

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