Desde o lançamento de Hegemony and socialist strategy, em 1985, a noção de antagonismo ocupa um lugar privilegiado no âmbito da teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe. Mesmo com o advento da categoria deslocamento, introduzida por Laclau em New reflections on the revolution of our time (1990) – a qual, como será aqui mostrada, assume papel central no empreendimento teórico como um todo –,o antagonismo mantém importância fundamental para a construção de lógicas, identidades e fronteiras políticas. .Neste trabalho, essa centralidade será contestada. Para isso, inicialmente, pretendemos, a partir de um percurso pelas principais obras de Laclau, identificar os elementos constituidores do antagonismo e confrontá-los com a leitura de seus críticos