A Teoria Crítica e a Educação

Abstract

O artigo parte do conceito de emancipação parafazer uma "leitura" de alguns teóricos críticos cujasteses rejeitam a razão iluminista que evoluiu de umideal transformador da sociedade no sentido do"progresso do espírito humano" para uma "razão instrumental"que pretende ter o domínio da naturezae o controlo das relações sociais. E fá-lo enfatizandoo poder da razão, mas de uma "razão" subvertida.Conforme Marcuse, a instrumentalização da tecnologia,ao assumir um carácter racional, deixa de serpercebida como dominadora e exploradora, paraser entendida como promotora de progresso, legitimandoo sistema de produção e troca capitalista.Para este teórico, o resultado é um "one dimensionalman", sem pensamento crítico, nem capacidade deargumentação.Habermas encontra na competência argumentativa,nos processos de interacção sem coacções, o potencialemancipatório do indivíduo e da sociedade.Estamos perante um conceito de autodeterminaçãoque, na contemporaneidade, terá que corresponderà concepção de um espaço público "a mil vozes" emque os cidadãos terão um papel activo assente nacomunicação. A existência de um espaço público dedemocracia redistribuitiva implica, para BoaventuraSousa Santos, a emergência de um novo contrato socialem que o Estado deve assumir-se como elementoarticulador, Estado experimental, democrático naobservância do direito às experiências alternativasinstitucionais democráticas e da garantia de padrõesde inclusão, fomentador da participação activa econtínua dos cidadãos.Entende-se, assim, a contribuição destes teóricospara uma visão em que a escola se perspectiva comoespaço público gerido por relações dialógicas e emque a educação tem como fim primordial a competênciapara a auto determinação, para a participaçãodemocrática e para a solidariedade.Palavras-chave: emancipação; racionalidade comunicativa; racionalidade instrumental; educação emancipatória; espaço público

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